Gerações jovens são protagonistas e tomam a liderança de eventos com mais de 1,6 mil participantes na sede das Nações Unidas. Até este sábado, os Dias de Ação acontecem em antecipação à Cúpula do Futuro.
A série de sessões envolve diálogos abertos sobre tópicos considerados essenciais pelo grupo na que é vista como “a oportunidade para um amplo engajamento e inclusão nas decisões de impacto global”.
Pacto para o Futuro
A brasileira Camila é estudante das Faculdades de Campinas, Facamp, e com a presença da juventude em peso anseia que propostas, opiniões e discussões do grupo possam moldar um mundo melhor sejam implementadas. Para ela, as questões prioritárias e inadiáveis incluem clima, desenvolvimento e harmonia com a natureza.
“Eu acredito que no Brasil, no Sul Global, como a gente conhece dentro do campo das relações internacionais, os países ainda estão em desenvolvimento é uma pauta muito importante principalmente pela questão ambiental. No Brasil, a gente sabe que recentemente teve queimadas, principalmente no interior de São Paulo. Isso é algo muito urgente. Não dá para adiar essa pauta. É algo que a gente deixar para a próxima geração como a geração passada deixou. A gente precisa falar desses assuntos agora.”
A ONU defende que na concepção do Pacto para o Futuro, as partes envolvidas nesta visão têm um papel fundamental e serão essenciais na implementação.
Avanços da tecnologia e da inteligência artificial
Entre as dezenas de brasileiros que acompanham os Dias de Ação, em Nova Iorque, Sabrina Stark fala do interesse em pesquisar e seguir os avanços da tecnologia e inteligência artificial.
“Os jovens de hoje em dia são muito engajados nas redes sociais o tempo todo. Todo o mundo tem um celular desde cedo. Existe a questão principalmente de proteção de dados e como isso tem impacto na vida das pessoas no dia a dia. Isso é uma coisa que me interessa muito. Eu quero ver a discussão desse tema e o do avanço da inteligência artificial mesmo.”
Da Guiné-Bissau, o empreendedor Dembó Mané disse que o processo para melhorar o futuro de novas gerações passa pelo investimento e por considerar os pontos de vista da juventude africana. Nessa transformação, ele vê o grupo como um “grande ativo”.
“Que nas decisões que vão sair daqui sejam levadas em consideração as realidades africanas e os desafios. O contexto e os desafios são diferentes e devem ser levados em consideração. Principalmente ouvir a voz da juventude sociedades africanas e dos países em desenvolvimento. Nós é que temos mais dificuldades. Nós precisamos mais de nos expressar e participar mais na tomada de decisões, porque nosso futuro está em jogo.”
Futuro digital, pacífico e sustentável
De Portugal, o presidente do Conselho Nacional da Juventude, André Cardoso, participou em debates de temas como futuro digital, pacífico e sustentável para e ressalta as oportunidades no setor financeiro para o engajamento de todos os atores.
“Não deixamos que a juventude deixe de fazer parte da agenda, mas também olhando para a realidade geopolítica, nós trazemos uma mensagem muito clara: em primeiro lugar, que que o digital e o desenvolvimento sustentável e financeiro se tornem prioridades na agenda mundial. Só assim podemos garantir que o futuro se torne realmente melhor para todos. Mas também do ponto de vista geopolítico tendo em conta as realidades que todos nós vemos e se traduzem infelizmente por todo o planeta. Queremos que olhemos para as instituições internacionais e nos perguntemos que futuro nós queremos para o desenvolvimento destas mesmas instituições internacionais.”
A convocação global para os Dias de Ação foi feita pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para que antes da Cúpula do Futuro interagissem Estados-membros, sociedade civil, setor privado, academia, autoridades locais e regionais.
O secretário-geral assistente para os Assuntos da Juventude, Felipe Paulier, falou de um ambiente de esperança, reconhecimento e chamada à ação ao abrir as sessões sob o lema “Liderança Jovem para o Futuro: Acreditamos na promessa de um mundo melhor para todos”.
Promessas sobre clima e fim de conflitos
Para o enviado, o mundo atual se caracteriza pela falta de confiança em intuições que atrasa o cumprimento de várias promessas sobre clima e fim de conflitos. Ele vê na juventude e força para quebrar a atual tendência e na tomada de ação global.
Felipe Paulier descreveu uma conjetura global crítica marcada por conflitos em lugares como Gaza, Ucrânia, Sudão e Mianmar que geraram o número mais alto mortos em confrontos dos últimos 20 anos e têm duro impacto sobre jovens.
Neste sábado, o evento se concentra na questão digital e tecnologia, e ainda paz, segurança e desenvolvimento sustentável e financiamento.