Intitulado “O Especial” quando em ascensão no futebol, o português José Mourinho, 61, deixou faz certo tempo de ser especial.
Seus dias de glória como treinador estão em um passado que vai se tornando a cada dia mais distante.
Mourinho venceu a Liga dos Campeões da Europa (Champions League) duas vezes, uma com o Porto (2004), outra com a Inter de Milão (2010). Está longe.
Campeonatos nacionais, ganhou com Porto (2003 e 2004), Chelsea (2005, 2006 e 2015), Inter de Milão (2009 e 2010) e Real Madrid (2012). Também longe, o mais recente nove anos atrás.
A partir de 2016, Mourinho comandou, nesta ordem, Manchester United, Tottenham e Roma. Até ganhou taças, no primeiro e no último, como Liga Europa e Liga Conferência, respectivamente.
A diferença, entretanto, é notada, já que a Liga Europa é o segundo torneio em importância no velho continente, e a Liga Conferência, o terceiro (e último, pois não tem outro, ainda, na região).
Há pouco mais de um mês, o carismático Mourinho foi dispensado pela Roma depois de duas derrotas seguidas, para Lazio e Milan, no Campeonato Italiano, mesmo com a equipe ainda na disputa da Liga Europa.
Ele considerou a demissão “inesperada e injusta” e afirmou que foi “eliminado” do clube por “alguém que entende pouco de futebol”, referência indireta ao empresário norte-americano Dan Friedkin, dono da Roma.
Avisou também que pretende voltar, “com ainda mais entusiasmo e confiança”, ao cenário do futebol mundial.
Enquanto isso não ocorre, Mourinho aproveita para dar entrevistas aqui ou ali. Uma delas no canal FIVE, no YouTube, a Rio Ferdinand, ex-zagueiro de Manchester United e seleção inglesa e atualmente comentarista de futebol.
Nela, um dos focos foi Cristiano Ronaldo, compatriota de Mourinho e um dos grandes jogadores da história do futebol, ainda na ativa aos 39 anos, no Al Nassr (Arábia Saudita).
Mourinho treinou o CR7 de 2010 a 2013, no Real Madrid. Ou melhor, não treinou. Pois, de acordo com o técnico, o atacante não precisava ser treinado.
“Você não o treina. Motivação, você não precisa dar a ele. Ambição, você não precisa dar a ele. Técnica, você não precisa dar a ele. Você dá alguns ajustes táticos e deixa o cara feliz.”
Na parte tática, Mourinho afirmou que foi no Real Madrid que Cristiano Ronaldo mudou seu posicionamento, o que o tornou mais artilheiro do que era antes, no Manchester United.
“O Real Madrid foi uma espécie de transição porque ele era [antes] um ponta driblador. Em Madri, deixou de jogar tão aberto e ter que perseguir o lateral [na marcação]. E se tornou mais goleador do que tinha sido na carreira.”
No Man United, a temporada mais artilheira de Cristiano Ronaldo foi a de 2007/2008, totalizando 42 gols.
Nas nove temporadas pelo Real, ele fez mais de 50 gols em seis, sendo que em duas dessas bateu a marca dos 60 –61 foi o recorde, em 2014/2015.
Depois que deixou o clube merengue, em 2018, indo para a Juventus (Itália), regressando ao Man United e migrando para a Arábia Saudita, o CR7 não conseguiu mais atingir as quatro dezenas de gols em uma temporada.
Os dados da artilharia do português, considerando sempre as partidas somente pelos clubes, sem contar as pela seleção de Portugal, são do site Goal.com.
Na atual temporada, a de 2023/2024, Cristiano Ronaldo tem chance real de voltar à marca dos 40 gols.
Soma 32, e ainda restam pelo menos 15 jogos para o Al Nassr disputar –14 deles no medíocre Campeonato Saudita.
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