O ultraliberal Javier Milei, do partido La Liberdad Avanza, disputa o segundo turno da eleição presidencial na Argentina contra o peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, do Unión por la Pátria, neste domingo (19).
Com apenas dois anos de carreira como político, o economista conquistou um terço dos 35,8 milhões de votos dos eleitores no primeiro turno da disputa pela Casa Rosada.
O estilo provocativo marcou a campanha nos últimos meses e atraiu uma parcela dos argentinos, com críticas à política tradicional e propostas radicais para enfrentar a crise argentina.
O país registrou 142,7% de taxa de inflação em 12 meses, a maior desde 1991. Soma-se a esse cenário o aumento do índice de pobreza, que afeta mais de 40% da população.
O candidato tem em seu plano de governo propostas pouco convencionais para fazer o país prosperar, como a eliminação do Banco Central argentino e a dolarização da economia, além da adoção do ouro e de criptomoedas como padrão monetário.
Outra marca de sua campanha é a presença de uma motosserra em seus comícios como símbolo da sua proposta de corte dos gastos públicos para equilibrar a economia do país.
O ultraliberal também é contra o aborto, planeja eliminar o Ministério da Mulher e nega que as trabalhadoras do país recebam um salário menor que o dos homens. Esse último posicionamento é que faz seu nome ser mais citado pelos eleitores do sexo masculino nas pesquisas.
Milei surpreendeu ao ser o mais votado nas primárias do dia 13 de agosto e era o favorito nas sondagens eleitorais, mas conquistou 30% dos votos contra 37% de Massa.
A eleição legislativa foi um termômetro do potencial de voto de Milei. A bancada do partido La Liberdad Avanza conseguiu eleger 36 deputados e foi de apenas 3 para 39 cadeiras, a terceira maior da Câmara.
Para ter a maioria da Câmara, será necessário fazer alianças com outros partidos para chegar a 129 cadeiras.
Milei conta com o apoio da terceira colocada no primeiro turno, Patricia Bullrich, do Juntos por el Cambio, para o segundo turno das eleições presidenciais. O partido tem a segunda maior bancada da Casa, 94 cadeiras.
Patricia anunciou que vai apoiar “a mudança” representada pelo ultraliberal, mas não comentou os duros embates com o adversário durante a campanha.
Milei e Massa estão empatados nas pesquisas eleitorais, na margem de erro, mas com uma pequena vantagem para o candidato peronista.
O novo presidente da Argentina toma posse no dia 10 de dezembro e terá um mandato de quatro anos.