Israel não tem intenção de reabrir suas duas fronteiras com a Faixa de Gaza após a guerra contra o Hamas, disse a jornalistas o ministro das Relações Exteriores, Eli Cohen.
“A compreensão em Israel é que não haverá mais contato entre Israel e Gaza”, Cohen disse a repórteres em um briefing na segunda-feira. “Não haverá uma conexão de bens e não haverá uma conexão de pessoas, incluindo trabalhadores”, ele declarou.
As fronteiras são as únicas ligações entre Israel e a Faixa de Gaza desde que as FDI (Forças de Segurança Israelense) deixaram o enclave, que fica na costa do mar Mediterrâneo, em 2005.
A fronteira em Kerem Shalom é a principal via comercial para entrada e saída de bens de Gaza, enquanto a de Erez é para a passagem de pedestres. O Egito controla a terceira passagem terrestre, em Rafah, mas ela não é projetada para uso comercial pesado.
Israel fechou Kerem Shalom e Erez após o ataque de 7 de outubro, no qual o Hamas se infiltrou no sul de Israel matando mais de 1.200 pessoas e fazendo 239 reféns.
A declaração de Cohen aos repórteres foi uma das primeiras indicações de que Israel não planeja reabrir essas passagens, mesmo depois da libertação dos reféns.
Abastecimento de Gaza
Cerca de 75% da população na Faixa de Gaza dependem da ajuda humanitária, que era enviada pelas fronteiras, para sobreviver — número que pode aumentar depois da guerra.
Aos jornalistas, Cohen disse que favorece um plano agora em séria discussão pelo qual bens entrariam e sairiam de Gaza através de uma nova rota marítima estabelecida entre o enclave e o Chipre.
Há muito se argumenta que Gaza se beneficiaria de uma rota marítima, em vez de depender do transporte terrestre caro de bens.