As tropas israelenses afirmaram ter recuperado os corpos de cinco reféns mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza após o sequestro pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro do ano passado, anunciou o Exército nesta quinta-feira (25).
Segundo as Forças Armadas, os corpos são da civil Maya Goren e dos soldados Ravid Aryeh Katz, Kiril Brodski, Tomer Ahimas e Oren Goldin.
Seus restos mortais foram encontrados na quarta-feira (24) durante uma operação em Khan Yunis, a principal cidade do sul da Faixa de Gaza, disseram os militares. Os quatro soldados foram mortos durante o ataque lançado pelo Hamas contra o sul de Israel em outubro, declarou o Exército.
A morte de Maya Goren, sequestrada na ofensiva, foi anunciada em dezembro, mas o corpo continuava em poder dos terroristas do Hamas. Seu marido, Avner Goren, foi morto durante o 7 de Outubro.
Duas cidades israelenses já haviam anunciado, em declarações separadas, a recuperação dos corpos de Maya e Goldin.
“Fomos informados esta noite que o corpo de Maya Goren foi encontrado durante uma operação de resgate do Exército”, disse em comunicado o kibutz de Nir Oz, a poucos quilômetros da fronteira com Gaza, onde 72 pessoas foram sequestradas.
“Depois de mais de nove meses, ela retornará para casa para ser enterrada”, disse o comunicado.
Mais tarde, o kibutz Nir Yitzhak, também próximo do território palestino, anunciou que havia “sido informado da operação de resgate do corpo de Oren Goldin, membro da equipe de emergência do kibutz, morto em 7 de outubro”, e que foi levado para Israel.
Enquanto isso, milhares de manifestantes protestaram em Washington contra o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, que discursou ao Congresso dos Estados Unidos na quarta (24). Houve confronto com a polícia, e pelo menos duas pessoas foram presas.
As forças israelenses avançaram em algumas cidades do lado leste de Khan Yunis nesta quinta-feira, horas depois de Netanyahu ter dito aos congressistas dos EUA que estava ativamente envolvido em trazer reféns para casa.
Os combates nos últimos dias se concentraram em Bani Suaila, Al-Zanna e Al-Karara, onde as tropas de Israel disseram ter encontrado os corpos resgatados.
No dia em que anunciou ter encontrado os cinco reféns mortos, segundo a agência Reuters, o Exército israelense libertou seis detidos palestinos, incluindo duas mulheres, na Faixa de Gaza. Os detidos libertados foram internados no hospital Al-Aqsa.
Ainda de acordo com a agência, pelo menos 3.380 palestinos, incluindo mulheres e crianças, estão atualmente detidos sem acusação em prisões israelenses, de acordo com números palestinos.
Nos ataques do Hamas ao sul de Israel morreram 1.197 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses. Entre os mortos há mais de 300 militares.
Israel lançou como resposta uma ofensiva contra a Faixa de Gaza que deixou 39.175 pessoas mortas, em contagem realizada até esta quinta (25), principalmente civis, segundo números do Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas. Outros 90.403 ficaram feridos.
Com mais de nove meses de duração da ofensiva, muitas áreas de Gaza estão em ruínas, e moradores convivem com escassez de alimentos, água limpa e medicamentos.
Em janeiro, a Corte Internacional de Justiça (CIJ), mais conhecida como Corte de Haia, decidiu que Israel deveria tomar medidas para evitar atos de genocídio na guerra contra o Hamas, mas não determinou um cessar-fogo imediato. Já em maio, o tribunal ordenou a Tel Aviv que interrompesse imediatamente sua operação militar na cidade do sul de Rafah, onde mais de 1 milhão de palestinos haviam buscado refúgio da guerra antes de ser invadida em 6 de maio. Israel não atendeu a esta determinação.