Militares israelenses assumiram o controle da passagem de fronteira de Rafah, entre Gaza e o Egito, nesta terça-feira (7), avançando após uma noite de ataques aéreos e enquanto as perspectivas de um acordo de cessar-fogo estavam em jogo.
O grupo militante palestino Hamas disse na noite de segunda-feira (6) que concordou com uma proposta de cessar-fogo dos mediadores sete meses após o início da guerra que empurrou mais de um milhão de habitantes de Gaza para o sul do enclave.
Israel disse que os termos não atendiam às suas exigências e lançou uma operação militar em Rafah.
Tanques e aviões israelenses atacaram diversas áreas e casas em Rafah durante a noite, matando 20 palestinos e ferindo vários outros. Os ataques atingiram pelo menos quatro casas, disseram autoridades de saúde palestinas.
“A ocupação israelita condenou os residentes da Faixa à morte após o encerramento da passagem fronteiriça de Rafah”, disse Hisham Edwan, porta-voz da Autoridade de Passagem da Fronteira de Gaza. “Também condenou à morte pacientes com câncer devido ao colapso do sistema de saúde”, acrescentou.
Israel ameaça lançar uma grande incursão em Rafah, que afirma abrigar milhares de combatentes do Hamas e potencialmente dezenas de reféns.
Um porta-voz da autoridade fronteiriça de Gaza disse à Reuters que a passagem de Rafah, uma importante rota de ajuda ao enclave devastado, foi fechada devido à presença de tanques israelenses. A Rádio do Exército de Israel havia anunciado anteriormente que suas forças estavam lá.
Os Estados Unidos têm pressionado Israel para não lançar uma campanha militar em Rafah até que tenha elaborado um plano humanitário para os palestinos que ali se abrigam, o que Washington diz ainda não ter visto.
Israel disse que a grande maioria das pessoas foi evacuada da área de operações militares.
Instruídas por mensagens de texto, telefonemas e panfletos em árabe a se deslocarem para o que os militares israelenses chamaram de “zona humanitária expandida”, a cerca de 20 quilômetros de distância, algumas famílias palestinas começaram a fugir sob a chuva fria de primavera.
Alguns colocaram crianças e pertences em carroças puxadas por burros, enquanto outros saíram em caminhonetes ou a pé por ruas lamacentas.