Inundações agravam situação humanitária em Gaza e aumentam risco de doenças – EERBONUS
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Inundações agravam situação humanitária em Gaza e aumentam risco de doenças

As chuvas intensas pioram a crise humanitária em Gaza e trabalhadores da ONU alertam para a queda dos serviços de saúde. Enquanto isso, os bombardeios de Israel e os confrontos com grupos armados palestinos persistem.

Nesta quinta-feira, o comissário-geral da Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, ressaltou o desespero visível na população de Gaza. Philippe Lazzarini observou que, devido à dificuldade de acesso à ajuda humanitária, muitos estão recorrendo diretamente aos caminhões que chegam por Rafah em busca de mantimentos.

Pessoas deslocadas caminham do norte de Gaza em direção ao sul, enquanto ambulâncias seguem na direção oposta. (arquivo)

Emergência de água e saneamento

Ele falou a jornalistas em Genebra após sua terceira visita à região desde 7 de outubro. Lazzarini enfatizou que o agravamento da crise representa “um momento decisivo para todos nós e para a humanidade”, observando a contínua deterioração na região que deixou de ser um local “habitável”.

O chefe da Unrwa também relatou que as pessoas estão vivendo em áreas cada vez menores e com menos infraestrutura ou até mesmo ao ar livre. Ele destacou que com a chegada do inverno, o impacto nos deslocados é ainda mais preocupante.

Quase 1,9 milhão de pessoas foram deslocadas pela violência, e mais da metade buscou refúgio na cidade de Rafah, ao sul do enclave. Os abrigos da Unrwa estão nove vezes acima da capacidade, dezenas de milhares de pessoas vivem ao ar livre, expostas ao clima severo, ou em abrigos improvisados.

Falta de saneamento e risco de doenças

O Escritório dos Assuntos Humanitários da ONU, Ocha, relatou que o sistema de esgoto nas instalações não está sendo adequadamente tratado. Além das inundações e do acúmulo de lixo, essas condições propiciaram a presença de insetos, mosquitos e ratos, aumentando consideravelmente os riscos de propagação de doenças.

No início desta semana, as autoridades de saúde de Gaza disseram ter documentado 360 mil casos de doenças infecciosas nos abrigos e que os números reais poderiam ser mais altos.

Na quarta-feira, parceiros humanitários que fornecem suporte de água, saneamento e higiene à população de Gaza relataram uma necessidade urgente de materiais de construção para reparar tubulações de água danificadas.

Pessoas deslocadas internamente descansam num campo perto do Hospital Nasser em Khan Yunis, no sul de Gaza

Pessoas deslocadas internamente descansam num campo perto do Hospital Nasser em Khan Yunis, no sul de Gaza

Ataque a hospitais

O Hospital Kamal Adwan, em Beit Lahiya, ao norte da Cidade de Gaza, foi invadido por tropas israelenses na quarta-feira pelo segundo dia consecutivo, disse o Ocha, “com relatos de prisões em massa e maus-tratos às pessoas que eles detiveram”.

Segundo o Ocha, cinco médicos e todo o pessoal feminino detidos no dia anterior foram libertados da custódia, mas o diretor do hospital e outros cerca de 70 profissionais médicos “permanecem detidos em um local desconhecido fora do hospital”. A Organização Mundial da Saúde, OMS, expressou preocupação com o ataque e pediu a proteção de pacientes e funcionários dentro do hospital.

Mulheres e meninas desproporcionalmente afetadas

Em nota separada, especialistas independentes da ONU* alertaram nesta quinta-feira sobre as “consequências trágicas” do conflito para mulheres e meninas no Território Palestino e em Israel.

Os peritos, incluindo membros do Grupo de Trabalho sobre Discriminação contra Mulheres e Meninas, expressaram séria preocupação com o sequestro de mulheres e meninas israelenses pelo Hamas durante seus ataques terroristas em 7 de outubro.

A nota destaca o “aumento das alegações de violência sexual perpetrada pelo Hamas e outros grupos armados contra mulheres e meninas em Israel” naquele dia, pedindo que as alegações sejam investigadas e que os responsáveis sejam responsabilizados.

Os relatores também lamentaram “o impacto desastroso” do conflito na saúde, educação e subsistência de mulheres e meninas na Faixa de Gaza.  

*Especialistas independentes designados pela ONU recebem seu mandato do Conselho de Direitos Humanos e não são funcionários da organização nem recebem salário pelo seu trabalho.

FONTE

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