Instalações de saúde sofreram mais de 600 ataques em Gaza e na Cisjordânia – EERBONUS
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Instalações de saúde sofreram mais de 600 ataques em Gaza e na Cisjordânia

A Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que hospitais e outras infraestruturas médicas essenciais em Gaza e na Cisjordânia foram atacados quase 600 vezes após a eclosão do conflito em resposta ao ataque liderado pelo grupo Hamas ao sul de Israel

Desde 7 de outubro, pelo menos 613 pessoas morreram nas instalações de saúde nos Territórios Palestinos Ocupados. A agência destaca o que chama de “uma tripla ameaça mortal” para as crianças com o aumento de doenças, queda das taxas de nutrição e escalada de confrontos.

3,2 mil casos diários de diarreia 

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, alerta para uma alta de casos de diarreia, que passaram de 48 mil para 71 mil, em apenas uma semana, desde 17 de dezembro. O número equivale a 3,2 mil novos casos por dia.

Outras entidades humanitárias alertaram que as condições no terreno prejudicam o volume do auxílio. Há três dias, áreas críticas e mais ao norte da Faixa de Gaza estão sem receber ajuda urgente para os civis.

Falta de acesso para entrega de ajuda pelo terceiro dia preocupa comunidade humanitária

 

Durante a noite, relatos de ataques aéreos israelenses persistiram no sul e centro da região, acompanhados por mais lançamentos de foguetes de Gaza em direção a Israel.

Falta de distribuição

O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, lançou uma atualização apontando para a piora da situação dos mais de 1,9 milhões de deslocados por “atrasos e recusas” que se associa ao conflito ativo em áreas mais além de Wadi Gaza.

A informação enfatiza que a carga inclui medicamentos que serviriam para mais de 100 mil pessoas durante 30 dias. O Ocha destaca haver ainda oito caminhões de alimentos para pessoas enfrentando insegurança alimentar e em risco de morrer.

A área de Wadi Gaza foi isolada do sul durante mais de um mês. O Ocha reitera os apelos para que seja fornecido um acesso seguro, sustentado e sem barreiras às zonas do norte.

Unicef alerta para uma alta de casos de diarreia em Gaza

Unicef alerta para uma alta de casos de diarreia em Gaza

Nessas áreas, o relatório alerta sobre extremos desafios em situações como segurança, acesso, transporte e resolução de conflitos, especialmente para os hospitais. 

Comboios de auxílio

Outra preocupação é com os já conhecidos obstáculos físicos e administrativos que impediram que comboios de ajuda continuassem a operar. 

Em publicação sobre o conflito, o alto comissário dos direitos humanos da ONU, Volker Turk, destacou haver supostas “negociações entre funcionários do governo israelense e países terceiros” para acolher os habitantes da Faixa de Gaza.

O chefe de direitos humanos disse estar bastante perplexo com as declarações de altos funcionários de Israel sobre os planos de transferência de civis. Segundo ele, as populações têm o direito de retornar às suas casas “a lei internacional proíbe a transferência forçada de pessoas protegidas ou a deportação de um território ocupado.”

Principal refúgio para os deslocados de Gaza

Várias famílias deslocadas continuam a precisar de suprimentos básicos, afirma a atualização do escritório da ONU, relatando haver “falta de itens essenciais, incluindo roupas infantis, fraldas e absorventes higiênicos nos mercados locais”.

Entrega de ajuda humanitária aos abrigos da Unrwa no norte da Faixa de Gaza.

Entrega de ajuda humanitária aos abrigos da Unrwa no norte da Faixa de Gaza.

Em toda a Faixa de Gaza, quase 1,4 milhões de pessoas estão abrigadas em 155 instalações geridas pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Palestinos, Unrwa. A província de Rafah, no extremo sul, continua a ser o principal refúgio para os deslocados de Gaza, com cerca de 1 milhão de pessoas.

A Unrwa cita o Ministério da Saúde em Gaza apontando para pelo menos 22.313 mortos e 57.296 palestinos feridos na Faixa de Gaza desde 7 de outubro. Cerca de 70% dos casos fatais são mulheres e crianças.

Em outros territórios palestinos, até quarta-feira foram confirmados cerca 313 palestinianos mortos, incluindo 80 crianças.

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