Moçambique é um dos 14 contemplados com um lote de 1,2 milhão de kits de testes de diagnóstico rápido para a cólera destinados a nações com alto nível de risco.
Na semana passada, o carregamento inicial do programa foi para o Maláui, antes da implementação global do “maior envio de sempre”. Nos próximos meses, a entrega deve cobrir países com surtos graves como Etiópia, Somália, Síria e Zâmbia.
Compra de imunizantes
A Organização Mundial da Saúde, OMS, e o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, financiam a compra de imunizantes. A meta é melhorar a detecção, precisão e rapidez na resposta a tempo impactando áreas como vigilância de rotina.
As organizações envolvidas ajudarão os países a acompanhar as tendências e a estabelecer uma base de dados para futuros programas preventivos, apoiando o cumprimento das metas nacionais de controlar e eliminação da cólera.
O programa global de diagnóstico da cólera tem o apoio da Aliança de Vacinas Gavi em colaboração com o Grupo Trabalho Global para o Controlo da Cólera, e a ONG Find, associada ao diagnóstico.
Apesar de já terem sido definidas as quantidades no início do programa há espaço para casos adicionais de nações que tenham interesse no futuro. A sustentabilidade em longo prazo “depende do sucesso da angariação de fundos entre 2026 e 2030”, segundo a Gavi.
Vigilância da cólera
A parceria pretende comprar testes de diagnóstico rápido de dois fabricantes para que a utilização seja feita na resposta a surtos e de forma rotineira na vigilância da cólera.
A OMS relata o aumento de casos em nível mundial desde 2021, com elevadas taxas de mortalidade, apesar de estar disponível um tratamento simples, eficaz e acessível.
A agência destaca ainda que o grande número de surtos registrados levou a uma procura sem precedentes de vacinas por parte dos países afetados.
Embora a oferta mundial de vacinas orais contra a cólera tenha aumentado 18 vezes entre 2013 e 2023, a alta sustentada na procura em comparação com a disponibilidade colocou pressão sobre as reservas globais.
Identificação de áreas com novas transmissões
De acordo com a OMS, a situação levou ao adiamento de campanhas de vacinação preventiva para que fossem poupadas doses a serem usadas nos esforços de resposta a surtos de emergência.
Por causa de episódios recorrentes em países que já implementaram campanhas de vacinação de emergência, os parceiros defendem que é “preciso ter maior rapidez e precisão na identificação de áreas com transmissão nova ou persistente”.
A detecção de casos da doença permitirá que estas áreas sejam visadas durante os esforços iniciais de resposta aos surtos.