A inflação na Argentina deve chegar em 300% em 2024, de acordo com Domingo Cavallo, ex-ministro que comandou a economia do país entre 1991 e 1996.
De acordo com ele, a continuidade das políticas atuais deve levar a inflação da Argentina a uma média mensal de 12%. Cavallo fez as previsões em seu blog pessoal.
“Embora a inflação de outubro tenha rondado os 10%, a inflação de novembro voltará a subir como ponto de partida de uma aceleração”, explica Cavallo. “Que dificultará a estreia do novo governo, qualquer que seja o resultado do segundo turno das eleições.”
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O economista explica que a aceleração da inflação argentina é inevitável porque défict fiscal está aumentando. O défict é uma consequência do aumento de gastos do governo acompanhado de reduções de impostos feitos por Sergio Massa, candidato à Presidência e atual ministro da Economia da Argentina.
Além disso, Cavallo explica que os passivos monetários estão aumentando não só pelo financiamento do déficit, mas também pelo acúmulo de juros cada vez mais elevados dos títulos de dívida Lelics, entre outras razões.
Eleições na Argentina ocorrem em meio à maior crise
Com votação do segundo turno marcada para 19 de novembro, as eleições da Argentina ocorrem em meio à pior crise econômica do país em duas décadas. Oponente de Massa no segundo turno, Javier Milei está a cinco pontos de vantagem na eleição em comparação com o ministro da Economia.
A empresa que fez a pesquisa é, inclusive, da família de Massa. A agência Inteligencia Analítica foi criada pelo cunhado dele, Sebastián Galmarini. Ela entrevistou mais de 17 mil pessoas entre 23 e 29 de outubro. O resultado estima que Milei terá 52,5% dos votos no segundo turno, e Massa, 47,5%. A pesquisa tem 1,18% de margem de erro.