O novo presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, tomou posse neste domingo (20) à frente da terceira maior democracia do mundo. Ele prometeu combater a corrupção e tornar o país mais autossuficiente.
O ex-ministro da Defesa de 73 anos teve a imagem transformada nos últimos anos. Ex-comandante militar acusado de violações dos direitos humanos, ele passou à liderança das pesquisas eleitorais e, agora, assume como chefe do Executivo do quarto país mais populoso do mundo, com 280 milhões de pessoas.
Prabowo, que foi general durante a ditadura de Suharto (1967-1998), tornou-se oficialmente o oitavo presidente da Indonésia depois de prestar juramento em uma cerimônia no Parlamento do país asiático.
Em discurso, ele disse que seria o presidente de todos os indonésios e pediu à nação que o ajude a resolver os problemas locais. “Nós temos sempre de entender que uma nação livre é onde as pessoas são livres”, disse. “Elas devem ser livres do medo, da pobreza, da fome, da ignorância, da opressão e do sofrimento.”
Prabowo afirmou ainda que a Indonésia pode ser autossuficiente em alimentos dentro de cinco anos. Também prometeu autossuficiência em energia.
O novo presidente disse que vai erradicar a corrupção e afirmou que, embora queira viver numa democracia, deve haver polidez. “Uma diferença de opinião deve ocorrer sem inimizade. Lutar sem odiar.”
Prabowo venceu a eleição, ocorrida em fevereiro, com quase 60% dos votos. Ele passou os últimos meses construindo uma coalizão parlamentar.
Nascido em 1951 em Jacarta, de família influente política e economicamente, ele estudou e morou no exterior e fala ao menos outros quatro idiomas. No ano passado, como ministro da Defesa, chegou a propor um plano de paz para a Guerra da Ucrânia.
A Indonésia é o país com o maior número de muçulmanos, que compõem 87% da população. Prabowo é muçulmano.
É na economia e nas relações geopolíticas que ele poderá se diferenciar do anterior, Joko Widodo, conhecido como Jokowi. Este chegou a ser o primeiro na lista de novos membros do Brics, até um ano atrás, para desistir ou adiar na última hora.
Nesta semana, Widodo até evitou comparecer à cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático), em que a Indonésia é líder econômico inconteste.
Já Prabowo é esperado, em seu primeiro mês de governo, tanto na cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), em Lima, no Peru, como no G20, grupo que reúne países desenvolvidos e emergentes, no Rio de Janeiro.
Um de seus trunfos é a projeção de consultores como a PwC de que, além da quarta população, a Indonésia será a quarta economia do mundo até 2050, atrás apenas de China, Índia e EUA. O Brasil é um dos países que vêm buscando aproximação com o crescente mercado indonésio.