Narendra Modi foi empossado como primeiro-ministro da Índia neste domingo (9) para um terceiro mandato, após um revés eleitoral surpreendente que testará sua capacidade de garantir a certeza das políticas em um governo de coalizão na nação mais populosa do mundo.
A presidente Droupadi Murmu administrou o juramento de posse a Modi em uma cerimônia no Rashtrapati Bhavan, o palácio do presidente em Nova Déli, que contou com a presença de milhares de dignitários, incluindo os líderes de sete países, estrelas de Bollywood e grandes empresários.
“Honrado em servir Bharat”, Modi postou no X, minutos antes de ser empossado, referindo-se ao nome da Índia em idiomas indianos.
Os apoiadores aplaudiram, vibraram e entoaram “Modi, Modi” quando o nome do líder de 73 anos, vestido com uma túnica branca e um meio paletó azul, foi chamado para prestar o juramento.
Modi foi seguido por ministros seniores de seu gabinete anterior; suas pastas devem ser anunciadas após a posse. O premiê se tornou apenas a segunda pessoa após o líder da independência Jawaharlal Nehru a servir um terceiro mandato consecutivo como primeiro-ministro.
Modi garantiu a vitória nas eleições que terminaram em 1º de junho com o apoio de 14 partidos regionais em sua Aliança Democrática Nacional (NDA) liderada pelo seu partido, o BJP. Nos dois mandatos anteriores, a sigla de Modi conquistou maioria absoluta e não precisou formar coalizões.
O resultado é visto como um grande revés para o premiê, já que pesquisas de intenção de voto haviam previsto que o BJP conquistaria ainda mais assentos do que em 2019.
Modi alcançou um crescimento de destaque mundial e elevou a posição global da Índia, mas parece ter dado um passo em falso em casa, já que a falta de empregos suficientes, preços altos, baixos rendimentos e divisões religiosas levaram os eleitores a contê-lo.
Portanto, o novo mandato de Modi como primeiro-ministro provavelmente será repleto de desafios para construir consensos e de políticas controversas diante dos diferentes interesses dos partidos regionais e de uma oposição mais forte, dizem analistas.
Alguns temem que o equilíbrio fiscal na economia de crescimento mais rápido do mundo também possa ser pressionado devido às demandas por mais fundos de desenvolvimento para os estados governados pelos parceiros regionais da NDA e à possível pressão do BJP para investir mais em bem-estar para reconquistar os eleitores que perdeu neste ano.
Modi, cuja campanha eleitoral foi marcada por retórica religiosa e críticas à oposição por supostamente favorecer os 200 milhões de muçulmanos minoritários da Índia, adotou um tom mais conciliatório desde o resultado surpreendente.
“Ganhamos a maioria … mas para governar o país, a unanimidade é crucial … vamos lutar pela unanimidade”, disse na sexta-feira (7), depois que a NDA o nomeou formalmente como chefe da coalizão.