Incêndios florestais causaram a morte de ao menos 10 pessoas no Chile, nesta sexta-feira (3), segundo relatório oficial provisório.
Equipes de emergência combateram 10 focos que afetam as regiões do centro e do sul do país, incluindo as zonas turísticas de Viña del Mar e Valparaíso, segundo autoridades locais. Centenas de moradores foram evacuados de suas casas. O presidente Gabriel Boric decretou estado de emergência devido à situação.
“Há informações preliminares de pessoas mortas, cerca de 10”, informou delegada da região de Valparaíso, Sofía González Cortés.
Ainda não foram divulgados números de residências queimadas ou de pessoas retiradas. Apenas em Valparaíso, o fogo consumiu 480 hectares, segundo a Corporação Nacional Florestal (Conaf).
O combate contra o fogo é difícil devido às temperaturas e aos ventos, segundo publicou Boric na rede X (antigo Twitter). “Mas saibam que estamos com o Governo, os Bombeiros, a Conaf, os Carabineros [polícia ostensiva] e a sociedade civil mobilizados ao máximo das capacidades para enfrentar a emergência”, diz postagem.
Imagens publicadas nas redes sociais mostram a fumaça na região da Rota 68, na região de Valparaíso. Segundo relatos, muitas pessoas que ficaram bloqueadas nas estradas alternativas.
“Nunca vi nada igual, isto é muito angustiante, porque deixamos nossa casa, mas não podemos avançar. Todos tentam sair e é impossível se deslocar”, contou a administradora Yvonne Guzmán, 63, que deixou sua casa em Quilpué, a cerca de 90 km de Santiago.
Desde a última quarta-feira, as temperaturas se aproximam dos 40ºC na zona central do Chile, onde fica Santiago. O Ministério dos Transportes decidiu, nesta sexta, bloquear totalmente o trânsito devido à visibilidade reduzida pela fumaça na Rota 68, que vai de Santiago a Valparaíso.
“Esses eventos são cada vez mais recorrentes, por isso vemos anualmente recordes históricos de temperatura”, disse ao canal de TV CNN Chile Pablo Lobos Stephani, gerente de proteção contra incêndios da Conaf.
Uma onda de calor com máximas de temperatura atingia nos últimos dias o Cone Sul americano, onde o fenômeno climático natural El Niño é agravado pelo aquecimento global causado pela atividade humana, segundo especialistas.