Ao menos quatro pessoas morreram em um incêndio que consumiu um prédio de apartamentos em Valência, cidade no leste da Espanha, nesta quinta (22). Outras 14 seguem desaparecidas, segundo informaram autoridades locais nesta sexta (23).
Imagens mostram a fachada do prédio em chamas durante a noite de quinta-feira, com pequenas explosões no interior dos apartamentos. Testemunhas disseram que o fogo, impulsionado por fortes ventos, espalhou-se por todo o prédio em cerca de 30 minutos.
Residentes podiam ser vistos pedindo ajuda das sacadas. Um bombeiro teve que pular do primeiro andar para um colchão de segurança abaixo. Outras imagens mostraram duas pessoas saindo de uma sacada para um guindaste antes de serem baixadas ao nível da rua.
“Eu disse para minha filha e minha sogra saírem, mas outras pessoas ficaram dentro”, relatou Adriana, uma moradora do prédio, à agência Reuters.
O premiê espanhol, Pedro Sánchez, foi ao local depois de expressar apoio às pessoas afetadas e elogiar os bombeiros.
O incêndio começou no quarto andar do prédio em um bairro nobre da terceira maior cidade da Espanha e se espalhou para os demais apartamentos, disseram os serviços de emergência na plataforma X.
A prefeita de Valência, Maria José Catalá, afirmou a repórteres que os bombeiros ainda não haviam entrado no prédio na manhã desta sexta, mas conseguiram confirmar que quatro pessoas morreram. Para localizar os corpos, foram usados drones.
Quinze pessoas ficaram feridas, sendo seis delas bombeiros, mas suas vidas não estavam em risco. Os bombeiros estavam inspecionando o prédio com guindastes e drones para avaliar o risco de colapso antes de entrar, disse Catalá em entrevista à emissora estatal TVE.
Composto por duas torres ligadas por um elevador panorâmico, o prédio tinha várias dezenas de apartamentos. Ainda não há informação oficial, mas segundo o jornal El País, seriam 138.
Pilar Bernabé, representante do governo em Valência, disse que era difícil dizer quantas pessoas estavam desaparecidas porque era “um prédio com muitos apartamentos, apartamentos nos quais havia pessoas de nacionalidade estrangeira, cuja localização é mais difícil de determinar”.
Esther Punchades, da agência de inspeção de seguros APCAS, disse à TVE que a falta de paredes corta-fogo e o uso do material plástico poliuretano na fachada teriam contribuído para a rápida propagação do incêndio. Um vídeo promocional de 2007 do desenvolvedor do prédio destacou o “material inovador” usado para revestir a fachada do prédio, que passou por “rigorosos controles de qualidade”.
A propagação de um incêndio fatal no edifício Grenfell Tower em Londres em 2017, que matou cerca de 80 pessoas após uma falha elétrica, foi atribuída ao uso de revestimento externo altamente inflamável.Os fortes ventos também tiveram seu papel. Um policial disse à Reuters que o vento era tão forte às vezes que estava empurrando para trás a água sendo jorrada pelos bombeiros.
Valência decretou três dias de luto.