Geert Wilders, líder da sigla de ultradireita que venceu as últimas eleições parlamentares na Holanda, o Partido pela Liberdade (PVV), afirmou nesta quarta-feira (15) que a legenda enfim conseguiu formar um governo de coalizão com outros três partidos conservadores.
O acordo exclui, no entanto, a possibilidade de que o próprio Wilders assuma o posto de primeiro-ministro.
Ele, que é conhecido como “Trump holandês”, até se propôs a adotar posicionamentos menos radicais durante as negociações. Mas pelo menos um dos aliados da coligação ameaçou boicotar a conversa caso ele insistisse.
Com isso, segue incerto quem sucederá o ex-premiê Mark Rutte —à frente do país desde 2010, ele atualmente concorre ao cargo de secretário-geral da Otan, a aliança militar ocidental.
A questão foi abordada na quarta, mas ainda não há uma decisão, disse Wilders. O debate continuará “mais adiante”, acrescentou.
Entre os nomes mais cotados está o do ex-ministro da Educação e do Interior, Ronald Plasterk, que desempenhou um papel crucial na supervisão das negociações iniciais.
O anúncio da formação de um governo se dá quase seis meses depois do pleito, realizado em novembro passado, e horas antes do prazo máximo de 0h de 15 de maio para evitar a convocação de novas eleições.
As conversas para formar uma aliança governista foram complexas. Em fevereiro, o líder do Novo Contrato Social (NSC), legenda que tem como principal bandeira o combate à corrupção, chegou a se retirar abruptamente das negociações.
A justificativa oficial para isso foram divergências sobre as finanças públicas, mas preocupações sobre algumas das posições políticas de Wilders, que incluem a defesa da proibição do Alcorão e de mesquitas, não passaram despercebidas.
Ao final, porém, PVV e NSC chegaram a um acordo, e agora integram o governo ao lado da sigla camponesa BBB e a liberal Partido do Povo pela Liberdade e Democracia (VVD).