O grupo armado libanês Hezbollah disparou dezenas de foguetes contra o norte de Israel na madrugada de domingo (4), noite de sábado no Brasil.
De acordo com comunicado do Hezbollah, o alvo dos disparos foi Beit Hillel, moshav (comunidade agrícola) localizado no extremo norte de Israel próximo à fronteira libanesa e às Colinas de Golã.
O Exército israelense identificou cerca de 30 projéteis, a maioria dos quais foi interceptada pelo sistema de defesa aérea Domo de Ferro.
Ao menos um dos foguetes caiu em Beit Hillel, enquanto outros atingiram áreas descampadas. Não houve feridos.
O Hezbollah afirmou que os disparos são uma resposta a bombardeios israelenses no sul do Líbano.
Mais cedo no sábado, Estados Unidos e Reino Unido haviam orientado que seus cidadãos no Líbano deixassem o país o mais rápido possível. “As tensões estão elevadas e a situação pode se deteriorar rapidamente. Minha mensagem aos cidadãos britânicos ali [Líbano] é clara: saiam já”, disse o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy.
Os disparos do Hezbollah ocorrem em um dos momentos de maior tensão no Oriente Médio desde o início da mais recente onda de hostilidades na região, iniciada pelos ataques do grupo terrorista palestino Hamas que deixaram cerca de 1.200 mortos no sul israelense em 7 de outubro de 2023.
Desde então, a guerra conduzida por Israel na Faixa de Gaza deixou ao menos 39,5 mil mortos. Ao norte, o Exército israelense e o Hezbollah —aliado do Hamas e do Irã— vêm lutando uma guerra de atrito que já deixou dezenas de mortos.
No sábado passado (27), um projétil atingiu um campo de futebol e deixou 12 mortos, incluindo crianças, em Majdal Shams, nas Colinas de Golã, território sírio anexado por Israel em 1967. Tel Aviv culpou o Hezbollah pela ação, que negou a autoria do disparo.
Na terça-feira (30), um ataque reivindicado por Israel matou o comandante operacional do grupo, Fuad Shukr, em Beirute —a ação havia deixado ao menos três mortos, incluindo duas crianças, e 72 feridos, de acordo com as autoridades libanesas.
Já na quarta-feira (31), o líder da ala política do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em Teerã horas após participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. Irã e o Hamas prometeram punir Israel pela ação; Tel Aviv não confirmou nem negou a autoria do ataque.
Nesse contexto, Israel se prepara para uma possível ofensiva em várias frentes, gerando o temor de uma guerra regional mais ampla. O premiê Binyamin Netanyahu declarou nesta semana que o Irã pararia um preço alto se atacasse o país.
Em abril, o Irã fez seu primeiro ataque direto contra Israel, disparando centenas de mísseis em retaliação pelo assassinato de militares na embaixada do país em Damasco, na Síria —a maioria dos projéteis acabou sendo abatida por Israel e seus aliados na região. Em resposta, Israel fez um ataque com drone contra uma instalação nuclear do Irã, sem provocar maiores danos.