O grupo terrorista palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, suspendeu a retirada de todos os estrangeiros do território palestino, informou neste sábado (4) um responsável pela passagem fronteiriça de Rafah. A decisão veio depois que Israel se recusou a autorizar a saída de palestinos feridos para receber tratamento em hospitais do Egito.
“Nenhum titular de passaporte estrangeiro poderá sair da Faixa de Gaza até que os feridos que precisam ser evacuados dos hospitais no norte da Faixa possam ser transportados pela passagem de Rafah” até o Egito, afirmou o funcionário, que falou sob condição de anonimato.
O anúncio deve afetar os 34 brasileiros que estão presos em Gaza e esperavam voltar ao Brasil na próxima quarta-feira (8), conforme assegurou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na sexta-feira (3). Ele afirmou ter conversado por telefone com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, que garantiu a ele o retorno dos brasileiros na data prevista.
Até o momento, as autoridades divulgaram três listas de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza pela fronteira de Rafah pelo Egito. Pessoas de vários países, como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia e Grécia já foram autorizadas nessas listas.
Os brasileiros estão abrigados nas cidades de Khan Younis e Rafah, próximas à fronteira com o Egito. Segundo o Itamaraty, o esquema de resgate está de prontidão e prevê auxílio desde a saída da Faixa de Gaza — com equipes e ônibus, medicamentos e alimentação — até o embarque no aeroporto do Cairo, onde um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) os aguarda.
Pouco antes do anúncio deste sábado, o palestino-brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, gravou um vídeo em que afirmava ter esperança de finalmente sair da Faixa de Gaza e voltar ao Brasil na próxima quarta-feira, mais de um mês depois do início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro. Em vídeo enviado ao R7, ele contou que, depois de conseguir carregar a bateria do celular, o próximo objetivo era comprar comida, que se tornou escassa no território palestino após o cerco total imposto por Israel em 9 de outubro.