Os países em desenvolvimento enfrentam a pior perspectiva econômica em mais de uma geração, juntamente com seus bilhões de habitantes.
As declarações foram feitas nesta quarta-feira pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, na primeira reunião de Líderes do Plano de Estímulo dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.
Brasil
No evento participaram chefes de Estado e governo de países como África do Sul, Barbados, Brasil, Canadá, Espanha, França, Índia, Itália, Jamaica e Quênia. Os temas que estiveram em debate incluíram recomendações e a atuação para abordar dificuldades financeiras que impedem o avanço de várias economias.
Guterres defendeu que o financiamento é o fator que estimula o desenvolvimento, sendo “preciso garantir imediatamente que os países não sejam forçados a ficar sem nada”.
A meta do encontro inaugural dos membros da iniciativa do líder das Nações Unidas é fazer avançar os esforços para “colocar os países de volta em um caminho de desenvolvimento sustentável”.
A ONU destaca que o encontro acontece num contexto em que muitas economias em desenvolvimento sofrem choques econômicos recorrentes e encargos de dívida que ultrapassam sua capacidade de pagamento.
Caminho de desenvolvimento acelerado
O Estímulo ODS promove ações de curto prazo para fornecer a este grupo de economias “os recursos financeiros para aliviar suas restrições imediatas e colocar os países de volta em um caminho de desenvolvimento acelerado.
Essa ação envolve o apoio para enfrentamento do alto custo da dívida e dos riscos crescentes de estresse de endividamento e aumento do financiamento de longo prazo acessível, especialmente por meio de bancos multilaterais de desenvolvimento. A meta é garantir pelo menos US$ 500 bilhões por ano.
Outra medida prevista é expandir o financiamento de contingência para países que enfrentam restrições de liquidez.
Uma proposta dos elementos do estímulo ODS, feita há um ano e meio, ganhou força em muitas reuniões globais, segundo a ONU. A mais recente repercussão foi na Cúpula dos ODS e na Declaração dos Líderes do grupo que reúne as maiores economias globais, G20, em Nova Déli.
US$ 100 bilhões de Direitos Especiais de Saque
Depois do evento, o G20 contribuiu com US$ 100 bilhões de Direitos Especiais de Saque permitindo que o Fundo Monetário Internacional, FMI, apoie os países em desenvolvimento com financiamento de liquidez.
Na próxima década, espera-se que a série de reformas permitam ampliar os empréstimos para em torno de US$ 300 e 400 bilhões.
As Nações Unidas destacam, no entanto, que apesar desses passos iniciais as condições estão piorando em muitos países em desenvolvimento e que mais ações e ousadia são necessárias para reverter a situação.