O Conselho de Segurança realiza nesta quinta-feira uma sessão que trata do papel dos Estados africanos na abordagem dos desafios globais de segurança e desenvolvimento. O debate aberto culminará com uma declaração presidencial.
Além dos 15 Estados-membros, participam o secretário-geral, António Guterres, o comissário da União Africana para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança, Bankole Adeoye, e o presidente da Comissão de Consolidação da Paz da ONU, o embaixador brasileiro, Sérgio Danese.
Influência africana na construção da paz
O líder das Nações Unidas enfatizou a interdependência entre paz e liderança. Para o secretário-geral, a paz é prioridade na própria África. Em segundo lugar, ele assinalou a participação e a liderança africanas em toda a arquitetura global de paz e segurança.
Guterres apontou a paz como a “chave para desbloquear o futuro da África e para os próprios africanos, além de reforçar a voz e a influência do continente na construção da paz em todo o mundo”.
O discurso citou diversos conflitos, atos de terrorismo e do extremismo violento nos quais muitos africanos são vítimas em países do Sahel e da Bacia do Lago Chade. Ele ressaltou as crises na Somália, na República Democrática do Congo, no extremo leste da África e no Sudão.
Explorar o potencial dos sistemas de energia renovável
No entanto, Guterres citou também o empenho dos africanos na cooperação em favor de “uma economia continental moderna, diversificada, inovadora e poderosa para beneficiar todos os africanos”. Alguns exemplos são a Agenda 2063 da União Africana e a Zona de Comércio Livre Continental Africana.
O chefe da ONU elogiou a aposta regional em explorar o potencial dos sistemas de energia renovável, como a solar e a eólica, nos quais destacou que o continente pode se “tornar uma superpotência”.
O discurso faz um apelo por apoio internacional à visão africana sobre a reforma da arquitetura financeira global para que esta “sirva e represente melhor os países que mais necessitem”.
Guterres renovou o pedido de apoio para o desenvolvimento africano e destacou que a Cúpula do Futuro, que será realizada nas Nações Unidas em setembro, será uma oportunidade para avançar em todas estas questões.
Para a conferência com a participação dos chefes de Estado, ele disse que a expectativa é que o momento seja aproveitado para “revelar propostas específicas para melhorar a representação de África em todas as estruturas de governança globais”.