A capital ugandesa acolhe até este sábado a 19ª. Cúpula do Movimento dos Não-Alinhados sob o tema “Aprofundar a cooperação, compartilhar a riqueza global”.
Ao discursar no evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres descreveu um mundo marcado por “um turbilhão de incerteza e instabilidade”. Mas disse haver novas oportunidades para que os países e a organização liderem avanços.
Ásia, África e América Latina
Na abertura do evento na sexta-feira, o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, assinalou “uma oportunidade de renovar o compromisso de moldar um mundo mais inclusivo e harmonioso”.
Ele descreveu uma realidade global repleta de dificuldades, onde “a busca de uma visão centrada no ser humano pode trazer-nos de volta a uma evolução segura e justa”.
O presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis,, discursa na sexta-feira durante a abertura da 19ª Cimeira do Movimento Não-Alinhado em Kampala, Uganda
Francis identificou a cooperação e a colaboração como os princípios fundadores do Movimento dos Não-Alinhados, destacando que neles residem as chaves para os desafios que enfrentados atualmente.
O secretário-geral conectou estes desafios ao Movimento dos Não-Alinhados, que integra grande parte dos países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina. Ele solicitou aos líderes que cumpram ainda este ano as promessas nesse sentido.
Escolhas certas
Guterres apontou temas como os conflitos, a pobreza, a desigualdade, a fragmentação geopolítica e a catástrofe climática que considera serem “resultado de escolhas que o mundo faz ou deixa de fazer”.
Ele pediu que a mesma discussão de soluções e o espírito de confiança, compreensão e solidariedade que geraram o movimento possam ajudar a enfrentar coletivamente esses desafios fazer as escolhas certas no futuro.
Guterres exorou aos envolvidos a acabar com guerra em Gaza ao assegurar que não cederá em relação ao apelo a um cessar-fogo humanitário imediato e à libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
O discurso ressaltou que as pessoas na região estão a morrer não só por causa de bombas e balas, mas também por falta de alimentos e de água potável, e de hospitais sem energia e medicamentos.
Para os representantees, o secretário-geral pediu que possam fazer o que estiver ao alcance para evitar que o conflito se repercuta em toda a região para áreas como Cisjordânia, através da Linha Azul entre Israel e o Líbano, e na Síria, no Iraque e no Mar Vermelho.
Neste fim de semana, Guterres também participará na Cimeira do Grupo dos 77 + China em Kampala.