No início do seu discurso na 79ª Assembleia Geral da ONU, o presidente de Guiné-Bissau afirmou que o mundo enfrenta “graves desafios” e que “a obrigação de seguir os princípios e cumprir as promessas da Carta das Nações Unidas pesa sobre os ombros de cada um de nós”.
Umaro Sissoco Embaló disse que centenas de milhões de pessoas continuam vivendo na pobreza extrema, “sem os meios básicos de subsistência, sem esperança de um futuro melhor, sem dignidade humana”.
Reconciliação Nacional
Por isso, ele defendeu reformas na governança econômica e financeira global para que a luta contra a exclusão social seja mais eficiente e marcada por ações concretas. O líder guineense listou algumas ações tomadas a nível nacional.
“Nós estamos muito empenhados na promoção no diálogo de reconciliação nacional, na consolidação da democracia e do Estado de Direito, bem como no desenvolvimento sustentável do nosso país. Apesar do impacto negativo da difícil situação econômica e financeira mundial, a economia guineense continua a crescer como resultado de políticas públicas acertadas”.
Segundo ele, o país está promovendo uma maior participação de mulheres e jovens empreendedores e investindo na construção e melhoria de infraestrutura básica, como estradas.
O presidente guineense mencionou ainda que o país está em “guerra à corrupção e ao crime organizado”, o que tem contribuído para “restaurar confiança nas relações com instituições financeiras internacionais”.
Risco de expansão da malária
Sissoco Embaló defendeu uma reforma da arquitetura financeira internacional, que promova maior inclusão, especialmente da África, e considerar a importância do continente devido ao seu papel e contribuição para a economia mundial.
Ele lembrou seu papel como Presidente dos Líderes Africanos na Aliança contra a Malária, dizendo que foram feitos progressos significativos. O líder da Guiné-Bissau ressaltou esforços para promover a produção de medicamentos e redes e a transferência de tecnologias para países africanos.
No entanto, Sissoco Embaló disse que nos próximos três anos, a iniciativa terá um déficit de US$ 1,5 bilhões. Além disso, o aquecimento global e chuvas associadas com as alterações climáticas estão “expandindo o alcance geográfico dos mosquitos, expondo mais de 170 milhões de pessoas à ameaça da malária no continente africano”, acrescentou ele.
Resolução de conflitos
O presidente guineense disse que o país “continua firme” na política de construção da paz e resolução pacífica de conflitos na África Ocidental e no mundo em geral. Ele relatou visitas nos últimos meses na Rússia, Ucrânia, Israel e Palestina.
Sissoco Embaló reafirmou a determinação do país em continuar a contribuir para o “fortalecimento da amizade entre países e povos”, para promover a cooperação internacional, multilateralismo, a resolução pacífica de conflitos, “o fim das guerras e sofrimento das populações inocentes, rumo à paz no mundo”.
Ele também reiterou o apelo para que seja dado fim à situação “injusta e muito prejudicial de embargo” à qual Cuba tem sido submetida por décadas.