Guerra Israel-Hamas: Ataque a escola em Gaza mata dezenas – 10/08/2024 – Mundo – EERBONUS
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Guerra Israel-Hamas: Ataque a escola em Gaza mata dezenas – 10/08/2024 – Mundo

Autoridades ligadas ao Hamas afirmaram neste sábado (10) que bombardeios de Israel a uma escola na Faixa de Gaza deixaram ao menos 93 mortos. O Exército de Israel afirma que o local era usado como centro de comando do grupo terrorista.

A cifra de óbitos faria deste ataque —o quarto a uma escola em Gaza em uma semana— um dos mais letais desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro passado.

Localizada no centro de Gaza, a escola al-Tabi’een acolhia cerca de 250 desabrigados, a maioria mulheres e crianças, segundo fontes do Hamas.

O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal, estimou o número de mortos “entre 90 e 100”, com dezenas de feridos.

Já o Exército de Israel afirmou ter “atingido terroristas do Hamas que operavam num centro integrado de comando e controle do grupo”, que supostamente funcionava na escola, localizada ao lado de uma mesquita.

Gaza descreveu a ação como um “massacre horrível”. “As equipes estão tentando controlar o fogo para retirar os corpos dos mortos e salvar os feridos”, disse no Telegram na madrugada deste sábado.

Na quinta-feira (8), ataques israelenses contra duas escolas em Gaza já haviam deixado ao menos 18 mortos. A justificativa para as ofensivas naquele dia foram as mesmas de agora: que existiam ali centros de comando do Hamas.

No domingo (4), ataques em duas escolas na Cidade de Gaza mataram pelo menos 30 pessoas, segundo autoridades palestinas. O Exército israelense também disse que atingiu um complexo militar do Hamas. No sábado (3), outra ofensiva de Israel matou 15 pessoas em uma escola no bairro de Sheikh Radwan, que o Exército afirmou ser um centro de comando do grupo terrorista, que negou as acusações.

Depois de mais de dez meses de guerra, as tropas israelenses lutam em locais que anteriormente afirmavam estar sob controle. O conflito desencadeou tensões no Médio Oriente, em estado de alerta especialmente após as mortes do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã e de um comandante do movimento islâmico libanês Hezbollah em Beirute.

Israel apenas assumiu a responsabilidade pelo segundo destes ataques, mas o Hamas e o Irã também o acusam pela morte de Haniyeh e prometeram vingança.

Confrontados com a perspectiva de uma explosão regional, o Catar, Egito e Estados Unidos exigiram na quinta-feira que ambas as partes regressassem às negociações indiretas para chegar a acordo sobre um cessar-fogo e a libertação dos reféns feitos pelo Hamas no seu ataque de outubro.

O primeiro-ministro israelense, Binyaminn Netanyahu, acusado por opositores, analistas externos e pelo Hamas de querer prolongar a guerra para obter ganhos políticos, concordou na quinta-feira em participar nestas novas conversações.

No entanto, o seu Exército lançou na sexta-feira uma ofensiva terrestre em Khan Yunis, uma cidade no sul da Faixa de Gaza de onde as suas tropas se retiraram em abril, após meses de combate.

Os habitantes da zona leste da cidade, que haviam recebido ordens de evacuação no dia anterior, fugiram a pé, em burros, em carros ou em motocicletas pelas ruas empoeiradas e devastadas.

“Fomos deslocados 15 vezes. Basta. Somos civis e não somos responsáveis por esta situação”, disse Mohamed Abdeen à AFP.

De acordo com estimativas do Escritório Humanitário das Nações Unidas (OCHA), “pelo menos 60 mil palestinos poderiam ter se deslocado para oeste de Khan Yunis nas últimas 72 horas.”

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