Autoridades da Faixa de Gaza, território palestino comandado pelo Hamas, disseram à agência de notícias AFP nesta segunda-feira (12) que foram identificados 75 corpos de vítimas do bombardeio de Israel contra uma escola na Cidade de Gaza, no último sábado (10).
“Houve 93 mortos na escola al-Tabi’een, entre eles onze crianças e seis mulheres; 75 foram identificados e temos os seus nomes”, disse à AFP o porta-voz da Defesa Civil palestina, Mahmud Basal. “Os outros não foram identificados porque os corpos estão em pedaços, outros foram queimados no bombardeio.”
O médico Amjad Aliwa, do hospital al-Ahli, que recebeu as vítimas do ataque, confirmou o balanço das autoridades. “Ainda há corpos muito feridos para serem identificados. Além disso, famílias foram deslocadas para o sul e não conseguem identificar seus entes queridos”, afirmou.
Como muitas outras sedes de instituições de Gaza, o complexo de al-Tabi’een vinha sendo usado como abrigo para deslocados pelo conflito. O prédio acolhia cerca de 350 famílias no momento do ataque, que gerou a condenação de inúmeros países, incluindo o Brasil.
“O Brasil expressa profunda solidariedade às famílias das vítimas, ao governo e ao povo do Estado da Palestina. Recorda a exigência, de acordo com o Direito Internacional Humanitário, de que Israel atue com base no princípio da proporcionalidade, tomando as medidas necessárias para proteger a população civil nos territórios ocupados”, afirmou o Itamaraty, em nota, no sábado.
Tel Aviv alega que o local era usado como centro de comando do Hamas e, após o ataque, pôs em xeque o número de mortes divulgado pelos palestinos, acrescentando que entre os mortos havia 19 terroristas —o Hamas chama todos os mortos de “mártires” e não diferencia combatentes de civis.
Nesta segunda, o Exército israelense afirmou ter identificado, no total, 31 combatentes do Hamas e do Jihad Islâmico, dois movimentos armados na Faixa de Gaza, entre os mortos. Os números não puderam ser verificados de forma independente.