O Conselho de Segurança acompanhou nesta quarta-feira o informe do coordenador especial para o Processo de Paz no Oriente Médio.
Tor Wennesland destacou que após os “horrores dos últimos sete meses, palestinos e israelenses precisam de um horizonte político”, sem o qual não existe um caminho sustentável para sair do sofrimento e da miséria.
Dezenas de milhares de feridos
De acordo com o enviado, o conflito em Gaza na sequência dos ataques realizados pelo Hamas em 7 de outubro, já matou mais de 36 mil palestinos e acima de 1,5 mil israelenses e estrangeiros. Pelo menos 125 reféns ainda estão detidos em Gaza e dezenas de milhares de pessoas ficaram feridas, a grande maioria palestina.
Quase 2 milhões de habitantes de Gaza foram obrigados a deixar suas casas, muitos deles por várias vezes. Do lado israelense, cerca de 10 mil pessoas foram deslocadas de comunidades no norte e no sul.
O enviado disse que o incidente de domingo, que matou 45 palestinos e feriu outros 200 em tendas em que se abrigavam, não é o único em meio a um “número chocante de vítimas civis”. Ele lembrou a todas as partes das obrigações de proteger os civis.
Na sessão, Tor Wennesland declarou aos 15 Estados-membros do Conselho que devem ser reforçadas e preservadas as instituições da Autoridade Palestina, antes que seja tarde demais. A acompanhar essas medidas, indicou que sejam rejeitadas “quaisquer medidas que procurem minar sistematicamente a sua viabilidade”.
Aumento do medo em Gaza
Antes, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, apontou “o aumento do medo entre as pessoas” em Gaza após o ataque ao campo de tendas em Rafah no fim de semana.
De acordo com a diretora de Comunicação da Unrwa, Juliette Touma, as pessoas “estão observando tanta morte ao seu redor e é como se tivessem aceitado que este é o seu destino”.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou que em meio aos intensos confrontos ainda em curso chegou ao Hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza, na primeira operação realizada com parceiros ao norte da região desde 13 de maio.
O grupo entregou 15 mil litros de combustível, 14 leitos hospitalares, medicamentos e suprimentos para traumas para atender 1,5 mil pessoas. Cinco ambulâncias do Crescente Vermelho palestino foram escoltadas para o norte “para expandir os serviços”.
Grave escassez de combustível
O Unrwa cita relatos de instalações de saúde continuando a enfrentar uma grave escassez de combustível e de material médico, ao mesmo tempo que têm de lidar com a afluência crescente de vítimas.
Repetidos pedidos do Complexo Médico Nasser aos cidadãos visam a doação de sangue para resposta às necessidades urgentes. Gaza acionou a maioria dos 15 níveis de proteção para os níveis mais altos.