O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, declarou nesta segunda-feira (19) que o mais recente esforço diplomático de Washington para alcançar um acordo de cessar-fogo em Gaza é “provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade” e instou todas as partes a concluírem o acordo.
Ele chegou a Israel neste domingo (18). No mesmo dia, Tel Aviv fez novo ataque a territórios palestinos deixando 21 mortos —incluindo seis crianças e a mãe delas.
As negociações em direção a um cessar-fogo, que vêm ocorrendo há meses, continuarão esta semana no Cairo, após uma reunião de dois dias em Doha na semana passada.
Blinken intensificará a pressão diplomática dos EUA para garantir que os negociadores consigam um avanço ainda esta semana, depois que os EUA apresentaram na semana passada propostas que os países mediadores acreditam que fecharão as lacunas entre as partes em conflito.
“Este é um momento decisivo, provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade para trazer os reféns para casa, conseguir um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para uma paz e segurança duradouras”, disse Blinken aos repórteres, antes de sua reunião com o presidente israelense Isaac Herzog.
“Estou aqui como parte de um esforço diplomático intensivo sob as instruções do presidente Biden para tentar levar este acordo até a linha e, finalmente, além da linha. É hora de todos dizerem sim e não procurarem desculpas para dizer não”, acrescentou
Os países mediadores —Catar, Estados Unidos e Egito— até agora não conseguiram reduzir suficientemente as diferenças para chegar a um acordo em meses de negociações intermitentes, e a violência continuou sem trégua em Gaza no domingo.
Horas após a chegada de Blinken, o Hamas disse que responsabiliza o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu por “frustrar os esforços dos mediadores”, atrasar um acordo e expor os reféns israelenses em Gaza à mesma agressão enfrentada pelos palestinos.
Houve uma urgência crescente para alcançar um acordo de cessar-fogo em meio a temores de escalada em toda a região. O Irã ameaçou retaliar contra Israel após o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, no dia 31 de julho.
O principal diplomata dos EUA também repetiu o alerta dos EUA. “Também é hora de garantir que ninguém tome medidas que possam descarrilar este processo, e por isso estamos trabalhando para garantir que não haja escalada, que não haja provocações”, acrescentou.
A reação militar de Israel após os ataques de 7 de outubro deixou 40.099 mortos e 92.609 feridos na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Israel perdeu 330 soldados em Gaza e afirma que pelo menos um terço dos palestinos mortos eram combatentes da facção.