Um ataque aéreo israelense atingiu duas escolas na Cidade de Gaza no domingo (4), matando pelo menos 30 pessoas, disseram autoridades palestinas, enquanto o Exército israelense disse ter atingido um complexo militar do Hamas dentro das escolas.
Um ataque aéreo israelense atingiu um acampamento de tendas dentro de um hospital na região central da Faixa de Gaza mais cedo no dia. Autoridades de saúde de Gaza disseram que pelo menos 44 palestinos foram mortos no domingo, um dia após uma rodada de conversas no Cairo ter terminado sem resultado.
Imagens circularam na mídia palestina mostrando corpos espalhados no pátio de uma das duas escolas destruídas pelas explosões, enquanto os moradores corriam para carregar os feridos, incluindo crianças, e os colocavam em veículos de ambulância que os levaram para pelo menos dois hospitais próximos.
O Serviço de Emergência Civil de Gaza disse que dezenas ficaram feridos além das vítimas nas escolas de Hassan Salama e Al-Nasser, que abrigavam famílias palestinas deslocadas.
O Exército israelense disse que atingiu combatentes dentro de uma base do Hamas dentro das escolas e que havia tomado medidas para reduzir o risco para os civis no local.
Israel afirma que o grupo terrorista Hamas regularmente se infiltra em instituições civis, usando a população de Gaza como escudos humanos. O Hamas nega isso.
Mais cedo no dia, um ataque israelense dentro do complexo do hospital Al-Aqsa iniciou um incêndio e feriu pelo menos 18 pessoas, além de matar cinco, disseram autoridades médicas.
O Exército israelense disse que atingiu um combatente que operava no local e que foram identificadas explosões secundárias, indicando a presença de armas na área.
O complexo hospitalar fica em Deir al-Balah, uma área lotada com milhares de pessoas deslocadas pelos combates em outras partes do enclave.
Em outras partes de Deir al-Balah, três palestinos foram mortos quando um míssil israelense atingiu uma casa. Outros ataques aéreos israelenses mataram outras oito pessoas dentro de sua casa no acampamento de Jabalia, no norte da Cidade de Gaza, e três dentro de um carro, ainda de acordo com as autoridades do território, ligadas ao Hamas.
Moradores em áreas a sudeste da Cidade de Gaza, em Khan Younis, e ao norte de Rafah, onde houve intensos combates no mês passado, relataram ter recebido ordens do Exército israelense para que abandonassem essas áreas.
O porta-voz do Exército israelense postou ordens em X, pedindo aos moradores desses distritos que se dirigissem para a zona humanitária, dizendo que as forças agiriam em breve com firmeza contra os combatentes que operam nessas áreas.
No sul de Israel, sirenes soaram na área de Ashdod e o Exército israelense disse que cinco foguetes foram lançados do sul de Gaza. Ninguém ficou ferido. O Hamas disse que o lançamento de foguetes foi em resposta aos “massacres israelenses contra os civis”.
Israel se prepara para possível escalada
Israel se prepara para uma escalada séria após o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã na quarta-feira (30), um dia após um ataque israelense em Beirute matar Fuad Shukr, um comandante militar de alto escalão do grupo armado libanês Hezbollah.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, iria convocar reuniões de segurança no domingo à noite, disse um oficial da Defesa, após ameaças de retaliação do Irã e do Hezbollah.
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse que estava avaliando planos “que cobrariam um preço no caso de tentativas do Irã e seus grupos aliados de atacar Israel”.
“Nossa prontidão em termos de defesa é alta —seja em terra ou no ar, e estamos preparados para uma resposta ou ataque rápido. Se eles ousarem nos atacar, pagarão um preço alto”, disse Gallant em comunicado.
Tanto o Hamas quanto o Irã acusaram Israel de realizar o assassinato de Haniyeh e prometeram retaliar. Israel não reivindicou nem negou a responsabilidade pela morte.
O Hezbollah, assim como o Hamas, é apoiado pelo Irã e também prometeu vingança após a morte de Shukr.
A guerra foi desencadeada pelo ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 250 feitas reféns em Gaza, de acordo com contagens israelenses.
Pelo menos 39.550 palestinos foram mortos na campanha militar israelense em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao Hamas.