O furacão Helene ganhou força na noite desta quinta-feira (26) e subiu para a categoria 4, o que indica um fenômeno “extremamente perigoso”, enquanto se aproxima da costa da Flórida, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês).
“Um avião caça furacões da NOAA [Administração Nacional Oceânica e Atmosférica], que está investigando o Helene, descobriu que os ventos aumentaram para 215 km/h”, escreveu o NHC em nota.
Chuvas intensas e rajadas de vento atingiram o estado da Flórida, onde os moradores se preparam para a chegada do Helene. Os aeroportos das cidades de Tampa e Tallahassee tiveram de ser fechados, e o governador Ron DeSantis instou a população a apressar os preparativos finais antes da chegada do furacão, que deveria tocar o solo ainda na noite desta quinta ou madrugada desta sexta (27).
Cerca de 125 mil casas e comércios ficaram sem luz no estado. “Esperamos uma inundação por maré ciclônica entre 4,5 metros e 6 metros acima do nível do solo”, disse o diretor do NHC, Mike Brennan, acrescentando que o nível da água deve subir “muito rapidamente”. As ondas, complementou, “podem destruir casas e mover carros”.
O NHC alertou para a possibilidade de ocorrer até 510 milímetros de chuva, volume muito acima da média de todo o mês, em regiões no interior, além de “inundações potencialmente fatais e numerosos deslizamentos de terra” nos estados atingidos.
Vários estados estão na rota projetada do furacão e já estão sendo atingidos por ventos fortes e chuvas intensas. Estradas ficaram intransitáveis devido a inundações, segundo a imprensa local.
A maior parte da Geórgia, que, assim como a Flórida, encontra-se em estado de emergência, foi posta em alerta para inundações, enquanto o Tennessee se prepara para condições de tempestade tropical.
“Este será um evento que afetará vários estados e que pode ter um impacto significativo”, disse a administradora da Agência Federal para a Gestão de Emergências, Deanne Criswell, aos jornalistas na Casa Branca, depois de informar o presidente Joe Biden sobre a situação. “O presidente quer garantir que todos prestem atenção aos possíveis impactos dessa tempestade, que podem colocar vidas em risco.”
O governador DeSantis mobilizou a Guarda Nacional e milhares de profissionais para possíveis operações de busca e resgate, assim como restabelecimento de energia.
Se as previsões meteorológicas se confirmarem, o Helene será o furacão mais potente a atingir os EUA em pouco mais de um ano. O furacão Idalia, de categoria 3, atingiu o noroeste da Flórida em agosto do ano passado.
Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nas últimas semanas. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.
Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global