A Organização Meteorológica Mundial, OMM, informou nesta terça-feira que o furacão Beryl ganhou força e virou uma tempestade de categoria 5. A agência anunciou que esta evolução sinaliza uma temporada de furacões “muito perigosa” no mar do Caribe.
O primeiro furacão de categoria 5 registrado na bacia do Atlântico, Caribe e América Central arrasou os territórios de Granada e São Vicente e Granadinas no final de semana.
Jamaica e Ilhas Cayman
Após ter deixado muitas casas sem energia, o Beryl deverá atingir a Jamaica na quarta-feira e as Ilhas Cayman no próximo fim de semana. Nestas pequenas ilhas é infrequente lidar com um furacão de categoria 4.
Mesmo com as previsões apontando para possíveis flutuações na força da tempestade nas próximas horas, o Beryl deverá continuar como “um furacão extremamente perigoso” à medida que o núcleo se move para o Caribe oriental.
A OMM ressalta que “é preciso considerar que basta um furacão atingir a terra para atrasar décadas de desenvolvimento” nesses territórios.
Atividade de furacões acima da média
Em nota separada, a agência da ONU chama a atenção para a situação em todo o Oceano Atlântico, pois em oito anos consecutivos apresenta uma atividade de furacões acima da média. A última temporada abaixo do normal foi em 2015.
Sobre os potenciais atrasos em anos de desenvolvimento socioeconômico, a vice-secretária-geral da OMM, Ko Barrett, citou o exemplo do furacão Maria. Em 2017, a tempestade custou à Dominica cerca de 800% do seu Produto Interno Bruto.
Ela lembrou que alertas antecipados e a melhoria da gestão de risco de desastres “reduziram drasticamente as fatalidades”, mas frisou que os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento no Caribe ainda sofrem de forma desproporcional.
Ko Barrett contou que a prioridade da agência é ativar sistemas de pré-aviso em pequenas ilhas sob a iniciativa internacional “Alertas Antecipados para Todos”.
Nível do mar e tempestade
Para a especialista, estes esforços “precisarão de investimentos mais coordenados e direcionados em sistemas de alerta antecipado na próxima Conferência Internacional sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento”.
A OMM aponta riscos potenciais para comunidades costeiras como subida do nível do mar, agravados pela tempestade. Nos últimos anos houve uma rápida ativação de ciclones tropicais que “são um desafio significativo” quando ocorrem perto da terra.
Entre 1970 e 2021, os ciclones tropicais foram a principal causa de perdas humanas e econômicas em todo o mundo, ao totalizar mais de 2 mil desastres