Trabalhadores da fabricante sul-coreana pedem aumento salarial e bônus transparentes baseados no rendimento. Empresa nega que a fabricação de seus chips será afetada pela paralisação. Tradutor da nova Galaxy AI no celular Galaxy Z Flip6
Samsung/Divulgação
Um sindicato que representa mais de 30 mil funcionários da Samsung na Coreia do Sul anunciou nesta quarta-feira (10) uma “greve geral por tempo indeterminado”. Os trabalhadores da empresa defendem melhores salários, entre outras medidas.
A greve, a maior na história da Samsung, aumenta a pressão sobre a empresa, que na semana passada anunciou a previsão de alta expressiva no lucro operacional no segundo trimestre.
A Samsung é a maior fabricante de chips de memória do mundo e responsável por uma parte significativa da produção global de chips de última geração utilizados na inteligência artificial (IA) generativa.
A paralisação na produção pode afetar a fabricação de muitos produtos que usam chips produzidos pela Samsung, apesar de a companhia ter negado essa possibilidade à AFP.
Nesta quarta, a Samsung anunciou uma série de novidades em Paris. Entre elas, o Galaxy Ring, um anel inteligente que acompanha sono e exercícios do usuário. Também foram anunciados os novos dobráveis Z Flip6 e Z Fold6, e mais modelos.
As reivindicações incluem aumento salarial de 5,6% para todos os integrantes do sindicato, bônus transparentes baseados no rendimento, compensações pelas perdas econômicas sofridas com a greve e um dia de folga na data de aniversário do sindicato.
Mais de 5 mil membros do sindicato iniciaram na segunda-feira (8) uma paralisação geral de três dias como parte da luta por aumentos salariais e outros benefícios.
“Declaramos uma segunda greve geral, por tempo indeterminado, a partir de 10 de julho, depois de compreender que a gerência não tem disposição para conversar depois da primeira greve”, afirmou o Sindicato Nacional Samsung Electronics em um comunicado.
O sindicato, que representa mais de 20% da força de trabalho da empresa, já realizou uma greve de 24 horas em junho, a primeira na história da empresa, que não tinha sindicato até 2019.
“A Samsung garantirá que não aconteçam interrupções nas linhas de produção”, declarou um porta-voz da empresa. “A empresa continua comprometida em manter negociações de boa-fé com o sindicato”, acrescentou a companhia.
A empresa está envolvida desde janeiro em negociações com o sindicato sobre salários e benefícios.
A Samsung conseguiu impedir a sindicalização dos seus funcionários durante quase 50 anos – em alguns momentos com táticas consideradas cruéis, segundo os críticos -, enquanto se tornava a maior fabricante mundial de smartphones e semicondutores.
O fundador da empresa, Lee Byung-chul, que faleceu em 1987, era contrário de modo veemente aos sindicatos e afirmava que nunca os permitiria. Depois da fundação do primeiro sindicato em 2019, Lee Jae-yong, neto do fundador e atual presidente da empresa, declarou o fim do princípio de não sindicalização em 2020.
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