Os hospitais do norte de Gaza necessitam urgentemente de combustível, suprimentos médicos e pessoal médico, alertou nesta quinta-feira a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa.
Nas instalações, que já funcionam com recursos limitados, falta eletricidade e aumentam casos de trauma e desnutrição. A situação “realça a necessidade urgente de apoio e assistência contínuos”.
Apoio alemão
A agência da ONU anunciou o apoio financeiro da Alemanha com € 45 milhões para o trabalho realizado com os palestinos que estão vivendo na Jordânia, no Líbano, na Síria e na Cisjordânia.
Na Faixa de Gaza, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, confirmou que 13.750 crianças já foram mortas no conflito. A agência saudou o recente trânsito de 38 caminhões do Programa Mundial de Alimentos, PMA, para o norte, que aconteceu pela primeira vez em cinco dias.
Agências como a Organização Mundial da Sade, OMS, a Unrwa, Serviço da ONU de Ação contra Minas, Unmas, e o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, cooperam para a restauração dos serviços de saúde no hospital Nasser.
Em avaliação conjunta realizada há 10 dias também foram entregues cerca de 10 mil litros de combustível e analisado o equipamento de saúde do hospital.
De acordo com a Unrwa ainda não houve “qualquer mudança significativa no volume de abastecimentos que entram em Gaza nem uma melhora no acesso ao norte”.
Cestas básicas de emergência
A agência disse ter alcançado mais de 1,8 milhões de pessoas, ou 85% da população de Gaza, com a distribuição de farinha desde 7 de outubro. Cestas básicas de emergência já foram entregues para quase 600 mil beneficiários.
Pelo menos 3,5 milhões de consultas a pacientes foram realizadas em centros de saúde e pontos de atendimento da agência que opera ainda no armazenamento e na distribuição de produtos alimentares de outras entidades humanitárias.
Com a crise nos territórios palestinos, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, alertou que Gaza e Cisjordânia vivem níveis sem precedentes de escassez desde a escalada do conflito.
Perdas de 43% nas terras agrícolas
O impacto dos confrontos na alimentação e na produção é considerado grave, o que leva a perturbações nas culturas, perdas de gado e limitações no acesso a recursos essenciais para agricultores e comunidades de pastores locais.
Estima-se que as perdas tenham atingido 43% das terras agrícolas. Outros 27% das estufas e 28 % dos poços agrícolas foram perdidos, em situação que tornou muito difícil a produção de frutas, vegetais, ovos, leite, peixe e laticínios.
A região de Gaza exportava peixe para o Egito e garantia o produto aos outros territórios palestinos, mas o setor de pesca foi interrompido em 7 de outubro com o agravamento da falta de eletricidade.
A FAO ressalta que sem cuidado com o gado aumentou a probabilidade de alastramento de doenças dos animais para os humanos. A agência ressaltou que atua nessa área e na distribuição de forragem animal.