Um renomado ex-agente de modelos foi condenado nesta sexta-feira (22), na França, a 16 anos de prisão por ter estuprado e agredido sexualmente cerca de 15 jovens que manteve sob sua influência com a promessa de levá-las às passarelas.
O tribunal de Paris, composto de magistrados profissionais, declarou Johan Mapaga, de 43 anos, culpado de estupro e “agressão sexual cometida por uma pessoa que abusa da sua autoridade”.
O procurador-geral havia pedido 15 anos de prisão para o ex-agente, por considerar que ele continua “perigoso” e que seu “perfil é perturbador”.
“Você não fez amor com as 15 partes civis. Você as violou”, disse Christophe Auger nesta sexta-feira, diante do acusado.
“Estou ciente do mal que cometi. Não tenho nada a acrescentar”, declarou Mapaga antes de os juízes se retirarem para deliberar o caso.
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O tribunal também o condenou a sete anos de supervisão sociojudicial e proibiu-o de exercer qualquer atividade futura na indústria da moda.
Mapaga, que foi libertado sob controle judicial após quatro anos de prisão preventiva, entre junho de 2016 e junho de 2020, foi detido e algemado quando proferiram a sentença.
As vítimas do ex-agente receberam o veredito em lágrimas. “Finalmente”, disse uma delas, menor de idade na época dos acontecimentos.
Segundo a denúncia, o modus operandi de Mapaga, conhecido agente de modelos do mundo da moda, foi sempre o mesmo.
O condenado abordava as jovens, algumas delas menores, na rua ou em um local público, ou mesmo quando elas estavam saindo da escola. Depois, oferecia a elas a possibilidade de se tornarem modelos, com a promessa de treiná-las para uma “carreira nacional ou internacional”.
As meninas, algumas de apenas 14 anos, foram rapidamente separadas da família e encontraram-se “sob o seu controle”, descreveram as vítimas no tribunal.
‘Moda é sexo’
Para treinar as supostas candidatas, Mapaga lhes impôs uma dieta drástica. Depois, vieram as humilhações, “assédio moral” e “palavras degradantes e humilhantes”, antes das agressões sexuais.
Ele também as obrigou a fazer massagens com cremes emagrecedores, o que lhe deu a oportunidade de tocá-las sexualmente.
“Moda é sexo”, repetia o agente às jovens, acusando-as de ser “muito tensas” para que tivessem sucesso na área.
Durante a audiência, o acusado negou o abuso, mas reconheceu relações sexuais “consensuais”. “Elas estavam se divertindo, então houve consentimento”, disse ele.
“Você colocou essas jovens vulneráveis em situações terríveis”, respondeu Christophe Auger, indiretamente. “Eles tiveram que se submeter às suas exigências. Eles não consentiram com nada.”
“Graças a essa decisão, as vítimas não serão mais privadas de felicidade”, disse Mehana Mouhou, advogada de cinco partes civis, após o veredito.
“O tribunal penal proferiu uma sentença excessiva, motivada pela emoção, e não pela lei”, afirmaram os advogados de Mapaga, Romain Boulet e Alexia Gavini.
Johan Mapaga tem dez dias para recorrer da sentença.