A histórica cidade portuguesa de Braga acolhe esta semana a Conferência das Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
A agência da ONU junta cerca de 350 delegações de mais de 100 países no evento sob o lema “Trazendo os jovens para a mesa na próxima década”.
Sociedades sustentáveis, justas e inclusivas
Em mensagem exibida na abertura, o secretário-geral destacou que abordar os desafios, a criatividade e a cultura não é um luxo, mas uma necessidade para construir sociedades sustentáveis, justas e inclusivas.
Nesse rumo, António Guterres considera essencial promover a ação local para que sejam alcançadas soluções globais nestes centros urbanos que ele chama de “laboratórios para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Para o secretário-geral, as cidades criativas mostram como a criatividade pode impulsionar a inovação e os empregos decentes, além de promover a igualdade para mulheres e meninas, fomentar a coesão social e outras diferentes questões.
Guterres sublinhou ainda o foco do evento na juventude ao frisar que mais do que nunca é necessário ter “seu comprometimento, criatividade e coragem.”
Mesas de tomada de decisão
Para o chefe das Nações Unidas, não basta ouvir os membros da geração jovem sobre estes centros urbanos, mas estes “devem ter um lugar nas mesas de tomada de decisão, do nível local ao internacional.”
Braga é citada em várias publicações, incluindo em novo relatório europeu, pela qualidade de vida, pelo acolhimento e pelo ambiente oferecido a moradores, imigrantes ou ainda questões urbanas como diversidade, inclusão e prosperidade.
Recentemente, o Relatório de 2023 sobre Qualidade de Vida em Cidades Europeias a cidade foi citada como um exemplo, após entrevistas a mais de 70 mil moradores em 83 cidades da região europeia.
O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, ONU-Habitat, abordou com o prefeito de Braga, Ricardo Rio, as estratégias para integrar comunidades de imigrantes, apoiar famílias, melhorar a qualidade de vida de idosos e enfrentar desafios futuros como as mudanças climáticas.
Abrigo e assistência básica
O líder municipal citou políticas urbanas que criaram o Centro de Recepção de Refugiados para os que deixaram seus países devido a conflitos e perseguições. Além de oferecer abrigo e assistência básica, os programas de integração cultural e linguística prestam auxílio aos refugiados na adaptação para viver em Braga.
A cidade portuguesa se destaca ainda pela sua resposta humanitária aos desafios globais, como a crise após a invasão da Ucrânia pela Rússia, onde foi oferecida ajuda para ucranianos retomarem suas vidas e sua integração na comunidade local.
Uma das iniciativas recentes é a promoção do empreendedorismo imigrante por meio de sessões de treinamento para estrangeiros. As classes promovem habilidades empreendedoras e conhecimento prático para gerir negócios.
Para gerações mais avançadas, Braga tem o projeto “+65” para pessoas expostas à vulnerabilidade social. A iniciativa oferece segurança e apoio social, combate ao isolamento, assistência personalizada e colaboração com parceiros da comunidade em favor do grupo.