Terminou às 15h (de Brasília; 14h locais) desta segunda-feira (29) o prazo estabelecido pela Universidade Columbia, em Nova York, para que manifestantes desmontassem o acampamento pró-Palestina erguido no campus. Segundo a instituição, estudantes que continuarem no local serão punidos.
A medida, de acordo com o jornal americano The New York Times, parece ser uma tentativa de esvaziar o acampamento sem a necessidade de intervenção policial. No último dia 18, mais de cem alunos foram detidos na universidade, numa ação considerada controversa e que ajudou a projetar o movimento para todo o país.
Ainda de acordo com a publicação, alunos que estavam no acampamento na manhã de segunda receberam um aviso informando que as negociações da universidade com os líderes do protesto estavam em um impasse. O comunicado pedia que os alunos saíssem voluntariamente para permitir que a instituição preparasse o gramado para as cerimônias de formatura, previstas para 15 de maio.
“O atual acampamento não autorizado e a perturbação no campus da Universidade Columbia estão criando um ambiente pouco acolhedor para os membros de nossa comunidade”, dizia o comunicado. “Por favor, recolham imediatamente seus pertences e deixem o acampamento.”
Ainda não é possível saber a quais punições os alunos que insistirem no protesto estarão sujeitos. De acordo com a Universidade Columbia, audiências disciplinares vão decidir caso a caso.
Mais de 900 manifestantes, incluindo professores, foram detidos em quase duas semanas de protestos que ocorrem em universidades de todo o país, segundo levantamento feito pelo jornal americano The Washington Post publicado no domingo (28). Apesar da repressão, novos acampamentos em solidariedade aos palestinos continuam surgindo nos campi.
Os protestos vêm causando tumultos e confrontos em várias instituições. Enquanto estudantes reivindicam o direito de se manifestar e defendem o fim dos ataques de Israel contra os territórios palestinos, parte dos alunos judeus afirma que os atos se transformaram em antissemitismo.
As respostas de cada instituição têm sido diferentes, até porque os próprios atos de alunos variam de acampamentos pacíficos a confrontos mais abertos contra manifestantes pró-Israel.
Em alguns campi, as autoridades policiais advertem diversas vezes os participantes do ato e realizam detenções ordenadas e cordiais, segundo o Washington Post. Em outros, há confrontos físicos, e policiais empregam táticas usadas para reprimir tumultos e manifestações maiores, como por ocasião do assassinato de George Floyd.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram policiais conduzindo manifestantes com as mãos atadas, na semana passada, na Universidade de Princeton, uma das mais prestigiadas do país, em Nova Jersey.
As imagens nas redes mostram também policiais dispersando ativistas com bombas de efeito moral. Testemunhas também relataram o uso de spray de pimenta e de balas de borracha contra estudantes. Em uma das gravações, três agentes imobilizam um homem negro, que aparece no chão e com as mãos atadas, enquanto um dos policiais pressiona uma arma de choque contra seu corpo. O caso teria ocorrido na Universidade de Atlanta, na Geórgia, e não há informações sobre o estado de saúde do manifestante.