A republicana Nikki Haley, que desistiu da corrida à Casa Branca em março, declarou apoio nesta quarta-feira (22) à candidatura de Donald Trump. Segundo ela, o ex-presidente “não foi perfeito” na execução de políticas importantes para os Estados Unidos, mas o atual líder, o democrata Joe Biden, “tem sido uma catástrofe” no cargo.
“Biden entrará para a história como o comandante em chefe que se recusou a deter nossos inimigos. Ele será lembrado por gastar mais com juros da dívida nacional do que com defesa. Ele enfraqueceu a América e permitiu que a China, a Rússia e o Irã se fortalecessem”, disse Haley ao justificar a decisão em pronunciamento no instituto Hudson, em Washington.
Foram os primeiros comentários públicos de Haley desde que ela abandonou a corrida eleitoral, há mais de dois meses. Ex-governadora da Carolina do Norte, a republicana foi o último obstáculo na legenda para a indicação de Trump à Presidência. Sua desistência da corrida confirmou uma nova disputa entre o ex-presidente e Joe Biden, embate rejeitado pela maioria dos americanos, que, segundo pesquisas de opinião, diz-se cansada dos mesmos nomes na política.
Crítica de Trump, Haley chegou a afirmar que o ex-presidente de 77 é muito velho e não estava preparado para assumir o cargo novamente. Ela demonstrou força nas primárias entre os republicanos tradicionais, de maior renda e formação, e independentes. Embora tenha conquistado um apoio significativo nesse grupo, ele não foi suficiente para superar o engajamento da base do empresário, mais pobre e menos qualificada.
Em New Hampshire, por exemplo, estado de perfil mais moderado, ela alcançou em janeiro 43,2% dos votos, mas ainda assim ficou atrás do ex-presidente. O pleito era um dos poucos em que analistas viam alguma chance de Haley vencer, e sua derrota foi um banho de água fria em quem desejava uma alternativa a Trump.
Dali em diante, foi ladeira abaixo para a ex-embaixadora dos EUA na ONU: ela perdeu para a opção “ninguém” na primária de Nevada, em que Trump não concorreu, e no estado da qual foi governadora, a Carolina do Sul, onde ficou 20 pontos atrás do empresário.