“Estamos num momento muito único da história amazônica”, diz apresentador Luciano Huck – EERBONUS
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“Estamos num momento muito único da história amazônica”, diz apresentador Luciano Huck

Após diversas visitas à Amazônia ao longo dos últimos 20 anos, o apresentador brasileiro Luciano Huck considera que contar histórias da população local é uma forma de reforçar uma “enorme oportunidade identitária”. 

Em entrevista ao Podcast ONU News, após participar de evento do Pacto Global da ONU nas margens da Assembleia Geral, em setembro, Huck disse que no século 21 o Brasil deveria “ser reconhecido como o país da Amazônia”.

O desmatamento desenfreado “não deu certo”

O apresentador citou problemas enfrentados na região como pressão do agronegócio, mineração ilegal, grilagem de terra e tráfico nas fronteiras e enfatizou a necessidade de uma nova abordagem de desenvolvimento, centrada nos 25 milhões de habitantes da floresta e arredores.

“Está provado que não deu certo o desmatamento desenfreado. Você pega os 600 municípios da Amazônia, a exceção de Parauapebas que tem a Vale, todos eles têm índices de desenvolvimento humano muito baixos. Então não funcionou. O que foi feito até hoje teoricamente para desenvolver a Amazônia, não desenvolveu de uma forma sustentável, não gerou renda para sua população. Você tem boa parte da população vivendo talvez no bioma mais rico do planeta de biodiversidade, mas se sente muito pobre. Então respondendo a sua pergunta, nossa principal preocupação é com as pessoas. Se a gente não cuidar das pessoas que ali vivem naquele território sejam nas cidades, sejam quilombolas, sejam indígenas, sejam ribeirinhos, não tem nenhum projeto, nenhuma política pública que vai ficar de pé.” 

G20, COP30 e mudança de narrativa

Segundo ele, eventos internacionais como a próxima cúpula do bloco das 20 maiores economias do mundo, G20, que será realizada no Brasil em 2024 e a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima, a COP30, a ser sediada pelo país em 2025, serão momentos chave para impulsionar novas narrativas.

“Eu vejo muita potência, eu acho que essa narrativa da bioeconomia, essa narrativa da geração de valor da floresta em pé, seja no crédito de carbono, seja no equilíbrio climático, então acho que tem muita coisa acontecendo e eu acho muito importante tanto o G20 em Belém, como a COP30 também em Belém, onde a gente vai estar discutindo não apenas a compreensão do problema, mas como a gente financia a conservação e preservação da floresta, desenvolvendo a região e gerando renda. Então acho que a gente está num momento muito único da história amazônica e do Brasil.” 

Luciano Huck é membro do conselho do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, no Brasil

Participação na vida política do país

Com uma audiência estimada em 40 milhões de pessoas, Huck se considera “um construtor de pontes para juntar academia, mercado e a realidade, o dia-dia das pessoas.” Ele afirmou que “as ideias do século 20 não resolverão nossos problemas do século 21.”

Sobre o envolvimento na política e candidaturas a cargos eletivos, o apresentador disse “não ter medo de participar da vida política do país”. Segundo ele, “cada um tem uma missão na vida e tem que estar pronto para ela seja o que for e quando for”

Nesse sentido, Huck disse que quer participar da construção de um Brasil “mais efetivo e eficiente e que saiba aproveitar as oportunidades” e que não precisa ter um cargo eletivo para isso.

Histórias, inspiração e opinião

Luciano Huck é membro do conselho do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, no Brasil e vê de forma muito positiva a conexão entre as ações da agência nos países de língua portuguesa. Ele afirmou que realizou visitas em Angola e Moçambique e defendeu o resgate da conexão entre estas nações por meio da comunicação e de projetos. 

Para Huck, a TV cumpre um papel fundamental de conectar as pessoas com histórias, inspiração e opinião. Segundo ele, os maiores aprendizados da sua carreira aconteceram na interação com pessoas anônimas que conviveu. 

“As coisas que eu aprendi, as mais importes não foram nem na sala de aula do Largo do São Francisco onde eu estudei, nem em Princeton, nem em Columbia, foi na sala de visita das pessoas, da casa delas me recebendo. Então talvez o meu maior aprendizado, minha maior transformação é de inúmeras figuras, brasileiros e brasileiras anônimos do grande público, que puderam compartilhar comigo suas angústias, suas vidas e que eu transformei em conteúdo de televisão que inspirou muita gente.” 

Enfatizando a relação do seu trabalho com a Amazônia, ele disse que por meio da TV, todos podem saber um pouco da Amazônia mesmo sem ter ido lá. 

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