Dois irmãos de nacionalidade brasileira foram detidos em Estepona, no sul da Espanha, nesta segunda-feira (27), suspeitos de vinculação ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Eles foram levados a Madri e postos em prisão preventiva.
De acordo com o Ministério do Interior espanhol, os dois, que não foram identificados, supostamente estariam “imersos em um processo de radicalização” e usavam plataformas de mensagem para apoiar ativamente o EI.
“Ambos consumiam e difundiam através de seus perfis na internet material de propaganda do Daesh [sigla do nome do grupo em árabe]. Em meio a esse material havia registros de atividades terroristas realizadas em outros lugares, manuais para confecção de explosivos e envenenamentos, cibersegurança e documentos que justificam a violência de atos suicidas”, afirma o ministério, em nota.
A Guarda Civil espanhola teve a colaboração do FBI para detecção, identificação e prisão dos irmãos —o comunicado também menciona que a Polícia Federal brasileira participou da operação.
O governo espanhol também afirma que foram encontrados, com a ajuda da Europol (Agência da União Europeia para Cooperação Policial), vínculos internacionais dos detidos com outras pessoas presas ou investigadas em países europeus por ligação com o Estado Islâmico e com outros grupos extremistas.
A Espanha tem histórico de atos terroristas jihadistas. Os últimos atentados de larga escala no país remontam a agosto de 2017 e ocorreram em Barcelona e no balneário de Cambrils, ambos na Catalunha. As ações, reivindicadas pelo EI, deixaram 16 mortos e 140 feridos. Três terroristas que sobreviveram foram condenados a oito, 46 e 53 anos de prisão.
Em 2004, ao menos 190 pessoas morreram e centenas ficaram feridas naquele que ficou marcado como o maior atentado no país. Dez explosões em quatro trens de Madri, na hora do rush, foram reivindicadas pela Al-Qaeda menos de três anos depois dos ataques às torres gêmeas em Nova York.