A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, revelou que o espaço operacional nos territórios palestinos está diminuindo rapidamente.
O tema é colocado em nota emitida nesta quinta-feira apelando por adesão ao direito internacional humanitário ou para a promoção de uma solução política pacífica para o conflito de décadas que deixa indivíduos e organizações preocupados.
Ocupação declarada ilegal
Para a Unrwa, o formato da resposta humanitária da comunidade internacional até agora “prolonga uma ocupação que foi declarada ilegal pelo mais alto tribunal do mundo e mantém os palestinos em situação de quase mortos”.
A agência destaca que um ano após o início desta guerra entre Israel e o Hamas, a comunidade internacional está em greve perigo de se tornar cúmplice de crimes internacionais.
Em artigo de opinião, o comissário-geral da Unrwa, Philippe Lazzarini, enfatiza que à medida que a guerra em Gaza se aproxima de um ano, a situação “continua a revelar um déficit assustador de empatia mútua”.
Nesta realidade, o que poderá impedir a barbárie é o poder das leis que estão se tornando irrelevantes e que “sem elas, para onde Gaza for, o resto do mundo também poderá ir.”
Vítimas e danos significativos à infraestrutura
O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, disse que quatro escolas foram atingidas nas últimas 24 horas em Gaza, com crianças supostamente mortas, e uma escola em Israel.
A agência ressaltou que centros de ensino não são um alvo em nenhum lugar e pediu o fim da violência que afeta as crianças.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, disse que a situação na Cisjordânia está se agravando rapidamente. As operações militares continuam causando vítimas e danos significativos à infraestrutura civil.
Fatores como o aumento da violência, as restrições de movimento e a interrupção econômica estão impactando severamente a vida diária. Civis e trabalhadores humanitários precisam de proteção e garantia de acesso às áreas afetadas.
Restrição no fluxo de bens essenciais
Desde setembro, a agência alcançou 893.757 pessoas vulneráveis sendo que 77% em Gaza e as restantes na Cisjordânia. O total está significativamente abaixo do número de beneficiários alcançados normalmente por causa de barreiras burocráticas impostas por Israel.
O Sul de Gaza enfrenta ainda questões como a falta de garantias de segurança, a questão dos pontos de passagem insuficientes nas fronteiras e o risco de gangues criminosas saquearem comboios humanitários.
O movimento populacional forçado também interrompeu a capacidade dos parceiros humanitários de manter as operações e distribuir bens para os necessitados.
Mesmo assim, o PMA entrega refeições quentes e pão fresco por meio de padarias, mas cortou o fornecimento de cestas alimentares por meio de suas distribuições gerais em outubro por causa da restrição severa do fluxo de bens essenciais.