Na célebre trilogia de cinco livros de Douglas Adams, O Guia do Mochileiro das Galáxias, o verbete que descreve a Terra é: praticamente inofensiva. Isso nos faz refletir sobre o impacto que realmente podemos ter nos arredores cósmicos do nosso planeta.
Assim como no livro, corriqueiramente nosso planeta é ameaçado de destruição, seja para construção de novas vias espaciais ou por asteroides em órbitas que podem colidir com nosso mundinho azul.
No mundo não ficcional, de fato, existem diversos asteroides com “potencial” risco de colisão sendo monitorados constantemente. Há inclusive projetos sendo desenvolvidos para diminuir as chances, já bastante pequenas, de uma nova onda de destruição em massa.
Mas apesar de sermos praticamente inofensivos, com certeza não somos indefesos. A Terra naturalmente possui um escudo de defesa contra as ameaças vinda do espaço, e acredite você ou não, somos bombardeados diariamente. Todavia, estamos sobrevivendo com saúde. Saiba mais sobre asteroides, estrelas-cadentes e sobre o escudo protetor da Terra.
O escudo terrestre é muito mais eficaz do que você possa imaginar.Fonte: Getty Images
É um asteroide, um meteoro, uma estrela-cadente ou meteorito?
Antes de explica sobre como nos defendemos, vamos primeiro descobrir o motivo pelo qual temos que nos defender. Nosso planeta está em uma região próxima ao Cinturão de Asteroides, que fica entre as órbitas de Marte e Júpiter.
Os objetos celestes presentes nessas regiões também orbitam o Sol, e às vezes, podem cruzar suas órbitas com outros asteroides e até mesmo planetas. Os asteroides geralmente são corpos celestes grandes, que variam muito em tamanho e possuem formas irregulares e podem ser compostos por rochas, minerais e metais.
Quando dois asteroides se chocam, eles podem se fragmentar, formando os chamados meteoroides, que nada mais são que pedaços menores de asteroides que continuam suas órbitas.
O tamanho de um asteroide pode variar entre alguns poucos metros, até dezenas de quilômetros de tamanho.Fonte: Getty Images
Mas a ação da gravidade de planetas próximos podem atrair esses fragmentos menores com mais facilidade, os desviando de suas órbitas. Quando eles estão em rota de colisão com planetas e luas, esses fragmentos recebem o nome de meteoros.
E caso o meteoro seja grande e resistente o suficiente para sobreviver à queda, ele recebe, por fim, o nome de meteorito. As estrelas-cadentes, famosas entre os sonhadores e observadores dos céus, nada mais é que um pedaço de rocha incandescente furando o escudo terrestre.
Todos os dias a terra é bombardeada por pelo menos 17 mil meteoros, mas apenas uma porcentagem pequena, entre 5% a 10%, consegue passar ilesa pelo escudo terrestre.
Para que você entenda melhor, ainda que caiam todos esses pedregulhos vindos do espaço, o escudo terrestre é tão eficaz que as chances de ser atingido por um meteoro são menores do que a de você ser atingindo por um raio. Você está seguro.
Mas afinal o que é esse escudo?
Olhe para cima e você o verá. Tudo bem, eles não são visíveis, mas estão lá. O escudo terrestre é formado por todas as camadas da atmosfera com um aditivo do campo eletromagnético, formado principalmente pelo movimento do núcleo do nosso planeta.
Enquanto o campo eletromagnético ajuda a proteger nosso planeta contra as explosões solares e afastando outros tipos de radiação nocivas à nossa sobrevivência, a atmosfera contribui para aniquilar o que tenta entrar em nossos céus sem convite.
As múltiplas camadas do nosso planeta trabalham constantemente para nos manter vivos sob a superfície.Fonte: Getty Images
Quando objetos celestes, sejam meteoros, poeira ou mesmo lixo espacial produzido pelas missões humanas, fazem uma entrada na atmosfera, a velocidade de descida é tão rápida, que o atrito entre o ar, agora rico em oxigênio e outros gases atmosféricos, e a superfície do objeto o fazem entrar em combustão. Se o objeto for pequeno, ele seja desintegrado pela queima, mas, em contrapartida, se for grande e resistente, poderá se tornar um meteorito.
Mas além da atmosfera e do campo eletromagnético, alguns pesquisadores consideram que o campo gravitacional também pode contribuir para nossa segurança, modulando forças para destruição dos corpos com potencial risco de colisão. A gravidade teria um papel duplo, atraindo o problema e depois se modulando para destruí-lo.
E os dinossauros?
A extinção dos dinossauros foi o quinto maior evento do tipo, pelo qual o planeta Terra passou ao longo da sua jornada no universo. Fonte: Getty Images
Tudo bem, você me pegou. Há, sim, alguns relatos de bombardeios celestiais catastróficos no nosso planeta, veja a extinção em massa dos dinossauros. Nosso escudo não é infalível, existindo limites para o que ele consegue incinerar até virar pó. Entretanto, para que novas colisões possam ser previstas, os astrônomos, mantém em constante vigilância os corpos celestes que representam risco em potencial.
Sabendo quais são, como são e de onde vem, as agências espaciais conseguem traçar planos para um futuro menos cataclísmico. Por exemplo, em regime de experimentação, em 2022, a missão DART, foi pioneira em tentar desviar um objeto celeste de sua órbita, obtendo sucesso ao atingir o asteroide Dimorphos.
Mas ao que sabemos, nosso lar azul está seguro nas décadas a frente, protegidos apenas pelo escudo natural da Terra, que tem cumprido bravamente seu papel, enquanto nos debruçamos sobre soluções possíveis contra novos asteroides apocalípticos.
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