O enviado especial do secretário-geral da ONU para a Síria descreveu um país “em estado de profundo conflito, complexidade e divisão”.
Falando em sessão do Conselho de Segurança que nesta segunda-feira debateu a crise, Geir Pedersen apontou a existência de “vários atores armados, grupos terroristas, exércitos estrangeiros e linhas de frente” no território em conflito.
Tensões nos países anfitriões
Pedersen enfatizou que civis sírios são vítimas de violência e sujeitos a “abusos generalizados de direitos humanos, longos deslocamentos e condições humanitárias terríveis”.
O mediador contou que este mês de julho teve novas indicações da “escala monumental da crise”, com pessoas sendo devolvidas à força, ou ainda obrigadas a retornar à Síria após medidas cada vez mais restritivas dos países anfitriões.
Ao chamar a atenção para questões relacionadas aos refugiados sírios, Pedersen apontou sua preocupação com tensões nos países anfitriões onde novos ataques aumentaram a violência.
Retórica e ações contra refugiados
Pedersen pediu o fim da retórica e das ações contra refugiados e que estes “sejam protegidos onde quer que estejam”. Para ele, este tipo de esforços deve continuar “para criar as condições para retornos seguros, voluntários e dignos”.
Para o enviado, o único caminho para o fim da crise síria é um processo liderado e de propriedade da Síria, mediado pelas Nações Unidas. Para que a medida do Conselho de Segurança seja cumprida, a sugestão é abordar as preocupações dos sírios que estão ainda “profundamente divididos, política e territorialmente”.
Solução política negociada
Pedersen destacou que milhões de sírios ainda estão vivendo fora de áreas controladas pelo governo. Para ele, a tarefa de reuni-los e reconciliá-los é possível por meio de uma solução política negociada.
Na implementação da resolução 2254, a sugestão é que ninguém seja excluído entre atores militares, políticos ou econômicos.
Ele disse que estas partes têm as chaves essenciais para a solução ou meios para estragá-la e é com elas que devem ser abordadas “todas as questões que continuam a impulsionar o conflito ou são diretamente relevantes para sua resolução”.
Para o mediador é importante superar os obstáculos e encontrar os caminhos a seguir no processo sírio com apoio das partes envolvidas no país e os interessados do estrangeiro.