Um emulador de PC foi removido da App Store e “enfureceu” desenvolvedores ativos na plataforma. A comunidade percebeu a decisão da Apple como confusa, inconsistente e possivelmente ilegal, talvez até rendendo uma multa para a empresa.
O centro do debate é o aplicativo UTM, um “emulador” de computador genérico que, de forma geral, permite mexer em um computador simulado dentro do celular, rodando de forma local. O aplicativo foi submetido à avaliação da App Store, mas foi rejeitado pela análise porque “PC não é um console”.
Segundo a Apple, o UTM não se enquadra na regra 4.7 das Diretrizes de Revisão de Aplicativos, que cobre “mini aplicativos, mini jogos, jogos por streaming, chatbots, plug-ins e emuladores de consoles”.
— UTM (@UTMapp) June 9, 2024
Além de ter a distribuição rejeitada na App Store, o aplicativo também não foi autorizado a ser distribuído por lojas de terceiros na Europa, onde o ecossistema da Apple permite app stores alternativas.
O processo de avaliação, porém, foi incomum. O desenvolvedor Michael Tsai menciona em um artigo que o processo de análise durou dois meses e parece inconsistente, uma vez que o emulador de consoles da Nintendo Delta é permitido em lojas alternativas. “Não faz muito sentido que as regras sejam mais flexíveis na App Store”, disse no texto.
Outros desenvolvedores que se juntaram à discussão, como Steve Troughton-Smith, mencionam que a rejeição da Apple pode ser até ilegal. “O App Review vai causar mais conflito com a União Europeia e uma potencial violação de regras digna de multa”, pontua.
O debate acerca do UTM é só uma dentre as várias discussões acerca do rigor da Apple quanto aos apps disponíveis para o iPhone. Desde a implementação da Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês), a situação com o ecossistema da Maçã ficou mais complexa, uma vez que o iPhone agora permite o download de lojas alternativas, mas ainda mediante algumas condições — para alguns, abusiva.