O líder da ONU foi recebido no aeroporto pelo presidente timorense, José Ramos Horta, e pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, em momento marcado por apresentações de música tradicional e honras militares.
Crianças e jovens nas ruas
Ao sair do aeroporto, a comitiva de Guterres foi saudada nas ruas por milhares de crianças eufóricas que seguravam bandeiras da ONU e de Timor-Leste.
Ele seguiu então para o palácio presidencial onde declarou que a intenção de sua visita é demonstrar solidariedade tanto com a memória como com o futuro de Timor-Leste.
“As Nações Unidas e o povo timorense estiveram lado a lado no momento em que o país assumia, nas suas próprias mãos, a construção do seu destino. As Nações Unidas continuarão a apoiar as aspirações do povo timorense na caminhada que tem pela frente”.
O secretário-geral afirmou, em conversa com jornalistas, que espera que a nação asiática se faça ouvir na Cúpula do Futuro, que será realizada na sede da ONU em setembro, “pois o mundo tem muito a aprender com Timor-Leste”.
“Falta vencer a batalha do desenvolvimento”
Fazendo alusão ao aniversário da consulta popular, ele disse que o momento é de apelo à unidade e celebração do passado coletivo. Para Guterres, Timor-Leste é um exemplo por ter se tornado uma nação em paz e em harmonia com os seus vizinhos.
Ele elogiou o país por ser uma “democracia consolidada”, dedicada ao respeito pelos direitos humanos e das liberdades fundamentais.
“Timor-Leste ganhou a batalha da independência, Timor-Leste ganhou a batalha da democracia, Timor-Leste é um país exemplar em matéria direitos humanos, mas tem que ganhar também a batalha do desenvolvimento”.
O secretário-geral disse que a ONU está à disposição para que essa batalha seja ganha na segurança alimentar, na educação, na saúde e nas infraestruturas.
Luta heroica da resistência
Ele elogiou o presidente Ramos Horta por ter persistido, mesmo nas circunstâncias mais difíceis, “com a fé de que no fim a independência de Timor-Leste seria uma realidade”.
O chefe das Nações Unidas se referiu aos milhares de jovens que viu na rua ao chegar na capital Díli, dizendo que eles não viveram a “luta heroica da resistência” antes da decisão que levou ao referendo. Ele disse que é importante que essas novas gerações não esqueçam esta luta.
Os dois líderes comentaram que atuarão em conjunto em relação à crise em Mianmar e em outras agendas de paz e segurança.
Guterres expressou ainda “enorme gratidão pelo caloroso acolhimento e pela maravilhosa hospitalidade” com que é recebido em Timor-Leste.