Em Nairóbi, Quênia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, participou na Conferência da Sociedade Civil da ONU nesta sexta-feira. Ele ressaltou que, apesar dos desafios das alterações climáticas na África, o continente tem potencial para se tornar um polo global de energia renovável, se devidamente capacitado.
Em coletiva de imprensa, o chefe da ONU destacou os inúmeros desastres climáticos que o mundo enfrenta e como diversos países africanos são afetados. Nesta semana, diversas áreas do leste do continente sofreram com inundações.
Potencial para energia renovável
Guterres aponta que a África tem 30% das reservas de minerais necessárias para a energia renovável e 60% dos recursos solares. Mas, nas últimas décadas, recebeu apenas 2% do investimento em energias renováveis.
Ele enfatizou que o Painel da ONU sobre Minerais Críticos para a Transição Energética deve criar regulamentações voluntárias, visando permitir que os países em desenvolvimento usufruam dos recursos minerais de maneira benéfica.
O secretário-geral da ONU pediu aos países desenvolvidos que cumpram seus compromissos de financiamento climático, incluindo ajudar os países a se prepararem para impactos climáticos severos, e aos governos africanos que apoiem os esforços para eliminar os combustíveis fósseis.
Assuntos globais
Ele também usou seu discurso para parabenizar o Quênia por concordar em liderar a resposta internacional à violência no Haiti, em um momento em que o país enfrenta os efeitos de inundações mortais, deslocamentos e danos materiais.
Guterres também alertou sobre as situações na Faixa de Gaza e no Sudão, enfatizando a importância de proteger os civis. Para o secretário-geral, um ataque massivo no sul de Gaza causaria um “desastre humanitário épico” e limitaria a capacidade dos humanitários de mitigar a fome no enclave.
Já sobre o Sudão, ele expressou preocupação com os ataques indiscriminados contra civis e a situação de 9 milhões de deslocados. Guterres ressaltou a pequena oportunidade de evitar uma piora na crise de fome em Darfur e enfatizou a importância do respeito ao direito internacional e garantia de acesso ao auxílio humanitário.