As Nações Unidas apoiam Moçambique na integração dos jovens e no apoio aos cidadãos do país nas áreas essenciais de desenvolvimento, paz, segurança e ação humanitária.
Na véspera da Cimeira do Futuro, a coordenadora residente das Nações Unidas para Moçambique, Catherine Sozi, apontou o evento como oportunidade única de envolver intensamente o grupo em decisões sobre o futuro.
Futuro sustentável
A também coordenadora humanitária no país observou que os jovens não são meros destinatários de decisões, mas concebem o ideal de um futuro sustentável.
“Mais de 50% da população de Moçambique tem menos de 16 anos. A Cimeira do Futuro oferece uma oportunidade única de envolver significativamente os jovens nas decisões sobre o seu próprio futuro. Eles não são meros destinatários de decisões, mas são os arquitetos do futuro sustentável, resiliente e próspero.”
Na cúpula Moçambique será representado por dois Defensores de Jovens em eventos paralelos da Assembleia Geral. Catherine Sozi falou de optimismo da participação dos representantes moçambicanos.
“Esta é a oportunidade de sermos corajosos e ambiciosos. A oportunidade de inserirmos os jovens como participantes ativos na mudança que precisa ser feita para esta instituição chamada Nações Unidas, que realmente é importante para o mundo, também seja importante e relevante para os jovens.”
Oportunidade de abraçar o multilateralismo
A representante considera ainda que a Cimeira do Futuro é também uma oportunidade de abraçar o multilateralismo com coragem e robustez além de acelerar o alcance dos ODS.O apelo segue-se para um trabalho conjunto entre os Estados-membros com vista a melhorar a cooperação global e manter os compromissos já feitos de transformar o mundo em um melhor lugar para todas e todos.
Para além do apoio em áreas como desenvolvimento, paz e segurança ou ação humanitária, as Nações Unidas em Moçambique também consideram as mudanças climáticas como área-chave.
“As mudanças climáticas são uma realidade e Moçambique. O tema está na sua linha de frente. O ciclone Freddy atingiu o centro de Moçambique duas vezes ano passado, causando devastação generalizada e afetando mais de 1 milhão de pessoas.”
Insegurança alimentar
Neste ano, Moçambique foi afetado pela seca induzida pelo fenômeno El-Niño, durante a época 2023.-2024. Estima-se que cerca de 1,8 milhões de pessoas possam enfrentar insegurança alimentar entre outubro próximo e março de 2025.Face a esta situação a necessidade de assistência humanitária para as comunidades afetadas tem estado a aumentar, sobretudo nas regiões centro e sul de Moçambique.
Catherine Sozi citou a importância de não deixar ninguém para trás.
“Crianças, raparigas e meninos são os mais vulneráveis. E as vulnerabilidades de mulheres, pessoas idosas e com necessidades especiais precisam ser ressaltadas. É por isso que apoiar o governo a criar resiliência ambiental, social e econômica às mudanças climáticas é um imperativo absoluto.”
As Nações Unidas atuam com parceiros e governo na ação humanitária, com vista a responder à complexa crise no norte de Moçambique, como também assistir os afetados pelos ciclones, pelas cheias e pelas secas.
Mais de 1 milhão de pessoas necessitam de assistência humanitária espalhados por todo o país em que atuam 25 entidades da ONU representadas em todas as províncias.
De Maputo para ONU News, Ouri Pota.