Em quase todo lugar por que passou, Marta, a Rainha do Futebol, considerada (por mim e pela maioria da mídia especializada) a melhor futebolista da história, colecionou títulos.
Na Suécia, defendendo o Umea IK, ganhou o campeonato nacional de 2005 a 2008; o mesmo aconteceu em 2012, com a camisa do Tyresö FF, e em 2014 e 2015, pelo FC Rosengard.
No Umea, faturou também uma Champions League (2004), uma Supercopa da Suécia (2004) e uma Copa da Suécia (2007). Supercopas da Suécia, ela tem outras quatro, três pelo Rosengard (2014 a 2016) e uma pelo Tyresö (2012).
No país escandinavo, no qual atuou ao todo por 12 anos, venceu ainda mais uma Copa sueca, em 2016, com o Rosengard.
A alagoana, que partiu em 2000, aos 14 anos, da minúscula Dois Riachos para o mundo, em busca de seu sonho de se tornar uma jogadora de futebol, vestiu profissionalmente em seu país as camisas de Vasco e Santos.
Na equipe que consagrou Pelé, usou o mesmo número 10 do Rei do Futebol e levantou as taças da Copa do Brasil e da Libertadores, ambas em 2009.
Marta está nos EUA desde 2017, quando o Orlando Pride, fundado em 2015, a contratou.
Não é a primeira incursão da atacante no país da América do Norte. Jogou antes pelos californianos Los Angeles Sol e FC Gold Pride e pelo nova-iorquino Western New York Flash, todos da WPS (Women’s Professional Soccer).
Essa liga, então a divisão de elite dos EUA, extinguiu-se em 2012, dando lugar à NWSL (Nations Women’s Soccer League), competição disputada pelo Orlando e por mais 13 equipes, não sem antes Marta triunfar nela duas vezes, uma pelo Gold Pride, outra pelo NY Flash, sendo artilheira nos três campeonatos da WPS de que participou.
A seis vezes melhor do mundo pela Fifa (2006 a 2010 e 2018), sempre tão acostumada a ser vitoriosa nos clubes, amarga atualmente um jejum considerável, de quase uma década.
O Orlando falhou ano a ano na busca do título da NWSL, registrando sua melhor participação em 2017, quando atingiu as semifinais.
Pois Marta, que é a maior goleadora das Copas do Mundo de seleções (17 gols em seis edições pelo Brasil, com o qual ganhou seu último título, o Sul-Americano, em 2018), tem agora a chance de voltar ao topo.
O time que veste púrpura chegou pela primeira vez à decisão da NWSL ao derrotar no domingo (17), no Inter&Co Stadium, em Orlando, o Kansas City Current, da atacante Debinha, por 3 a 2.
E com um gol, o terceiro, quando o placar estava 2 a 1, memorável de Marta, que aproveitou uma bola recuperada no círculo central e, como se fosse uma garota em início de carreira, arrancou, sem que ninguém a detivesse.
Na grande área, com um único drible, deixou duas adversárias no chão. Com um outro, deu à goleira o mesmo destino. Uma última rival acabou na grama em tentativa desesperada, e frustrada, de impedir na entrada da pequena área o chute da craque para as redes.
Golaço, com G maiúsculo. Quem vê o lance encanta-se, admira-se, deslumbra-se. Aplaude. Um dos mais lindos de seus mais de 300 gols como profissional.
Capitã do time da Flórida, Marta vai afiadíssima para a decisão das 22 horas, no horário brasileiro, deste sábado (23), em Kansas, contra o Washington Spirit.
Jogará por seu primeiro troféu da NWSL, o 20º na carreira clubística e o 25º no total –tem cinco conquistas pela seleção brasileira.
Depois, com o contrato com o Orlando encerrado, decidirá se estica a carreira um pouco mais ou se deixará o futebol órfão de sua genialidade.
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