Elon Musk doou cerca de US$ 75 milhões (aproximadamente R$ 422 milhões) para o comitê de apoio à campanha de Donald Trump criado por ele em um período de três meses, indicam registros federais divulgados nesta terça-feira (15).
A contribuição destaca os esforços do bilionário para eleger o candidato republicano no pleito presidencial no país, marcado para 5 de novembro. Musk já foi apoiador do Partido Democrata, mas tem se aproximado de Trump e é um dos grandes símbolos da virada política ocorrida entre gigantes de tecnologia do Vale do Silício, nos EUA.
O America PAC (comitê de ação política, na sigla em inglês), tem como foco mobilizar eleitores em estados decisivos para a eleição e gastou aproximadamente US$ 72 milhões (R$ 405 milhões) entre julho e setembro, segundo divulgações enviadas à Comissão Eleitoral Federal. Musk foi o único doador do grupo nesse período.
O valor é maior do que qualquer outro dos chamados super PACs pró-Trump, tipos particulares de comitês que não têm limite para o valor de contribuições de indivíduos, empresas e sindicatos.
A campanha do republicano depende amplamente de grupos externos à campanha para mobilizar eleitores, o que significa que o super PAC fundado por Musk desempenha um papel importante no pleito, uma corrida hoje acirrada entre Trump e a democrata Kamala Harris.
Musk endossou Trump em julho, após o atentado contra o ex-presidente, e subiu ao palco com ele, no início deste mês, em um comício na mesma cidade da Pensilvânia em que ocorreu o ataque.
Nesta quarta-feira (16), Musk disse em uma publicação no X que estará “dando uma série de palestras” em toda a Pensilvânia, menos de duas semanas após sua aparição com Trump no estado, entrando de cabeça na campanha em um estado fundamental para a disputa.
As contribuições do bilionário para o America PAC o colocam no clube exclusivo de mega doadores republicanos, uma lista que também inclui o herdeiro bancário Timothy Mellon e a bilionária do setor de cassinos Miriam Adelson.
O America PAC se recusou a comentar sobre as doações de Musk, que também não respondeu a um pedido de comentário da agência.
O comitê, que entrou na eleição mais tarde do que outros PACs, encontrou problemas com contratações e seus colaboradores. Desde julho, demitiu dois funcionários que havia empregado para fazer um trabalho de campanha e convencimento porta em porta.
Também teve dificuldades para contratar pessoas para essa função em vários estados-pêndulo, em parte porque, quando o PAC se tornou operacional, muitos outros grupos de mobilização de eleitores já haviam contratado, disseram à Reuters meia dúzia de pessoas informadas sobre esses problemas.
O grupo tinha cerca de US$ 4 milhões (R$ 22,5 milhões) em caixa no final de setembro, mostram os documentos divulgados nesta terça.
Outros documentos divulgados na terça-feira mostram que Miriam Adelson, a magnata do setor de cassinos, doou US$ 95 milhões (R$ 535 milhões) para outro super PAC pró-Trump, o Preserve America PAC, no mesmo período.