Eleição EUA: posição de Kamala em aborto e outros temas – 25/07/2024 – Mundo – EERBONUS
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Eleição EUA: posição de Kamala em aborto e outros temas – 25/07/2024 – Mundo

Com a vice-presidente Kamala Harris vista como virtual substituta do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na chapa democrata, suas posições sobre questões-chave passam a ser observadas por ambos os partidos e pelos eleitores americanos.

Leia a seguir uma visão geral de como ela se posiciona nos principais assuntos de campanha.

Aborto

Kamala apoia uma legislação que garantiria o direito ao aborto em todo o país, semelhante ao que vigorava com a conhecida decisão Roe vs. Wade antes de esta ser revogada pela Suprema Corte em 2022.

Kamala se tornou a figura central nos esforços da campanha de Biden para manter o foco no direito ao aborto, uma vez que o presidente —devido ao seu desconforto pessoal com o tema e seu histórico de apoio a restrições no início de sua carreira— não era considerado o mensageiro ideal. Em março, ela fez o que se acredita ser a primeira visita oficial a uma clínica de aborto por uma autoridade do alto escalão, como presidente ou vice.

Em seu período no Senado, Kamala apoiou consistentemente os direitos ao aborto, incluindo posicionar-se contra restrições em nível estadual.

Mudanças Climáticas

Kamala apoiou os esforços climáticos do governo Biden, incluindo legislação que previa centenas de bilhões de dólares em créditos fiscais e descontos para energia renovável e veículos elétricos.

“Está claro que o relógio não está apenas fazendo tique-taque, está batendo”, disse ela em um discurso no ano passado, referindo-se a desastres cada vez mais severos e frequentes provocados pelas mudanças climáticas. “E é por isso que, há um ano, o presidente Biden e eu fizemos o maior investimento climático na história da América.”

Durante sua campanha presidencial em 2020, ela enfatizou a necessidade de justiça ambiental, no sentido de cobrar políticas para abordar os efeitos adversos que as mudanças climáticas têm sobre comunidades pobres e negros.

Democracia

Kamala foi encarregada de liderar os esforços do governo Biden para aprovar uma legsislação que ampliasse os direitos de voto. O projeto, que acabou bloqueado pelo Senado, impedia restrições à votação em estados liderados por republicanos e limitava a manipulação de distritos eleitorais, uma prática conhecida nos Estados Unidos como gerrymandering.

Kamala condenou as tentativas do ex-presidente Donald Trump de reverter os resultados das eleições de 2020. Em um discurso em 2022 marcando um ano do ataque ao Capitólio, ela disse que aquele dia mostrou “como nossa nação seria se as forças que buscam desmantelar nossa democracia tivessem sucesso”.

Política Econômica

Em eventos de campanha este ano, Kamala promoveu as políticas econômicas de Biden, incluindo o plano de infraestrutura, o financiamento para pequenas empresas, uma disposição na Lei de Redução da Inflação que limitou o custo da insulina para pessoas no Medicare e o perdão da dívida estudantil.

Em outro evento, defendeu mais de US$ 100 milhões (quase R$ 560 milhões) em subsídios do Departamento de Energia para fabricantes de peças automotivas migrarem para veículos elétricos, o que, segundo ela, ajudaria a “manter nossas cadeias de suprimentos automotivos aqui na América.”

Como senadora, apresentou projeto de um crédito fiscal de até US$ 6.000 (aproximadamente R$ 33 mil) para famílias de classe média e baixa, uma proposta que ela enfatizou durante sua campanha presidencial como uma forma de abordar a desigualdade de renda.

Imigração

Um dos mandatos de Kamala como vice-presidente tem sido abordar as causas da imigração da América Latina, como pobreza e violência nos países de origem dos migrantes. No ano passado, ela anunciou US$ 950 milhões (R$ 5,3 bilhões) em compromissos de empresas privadas para apoiar comunidades da América Central. Acordos semelhantes feitos anteriormente totalizaram cerca de US$ 3 bilhões (R$ 16,4 bilhões).

Em 2021, ela visitou a fronteira entre os EUA e o México e disse: “Esta questão não pode ser reduzida a uma questão política. Estamos falando de crianças, estamos falando de famílias, estamos falando de sofrimento.”

Mais recentemente, ela apoiou um acordo bipartidário de segurança na fronteira que Biden endossou, mas Trump, ao instigar os legisladores republicanos a rejeitá-lo, efetivamente o torpedeou. A legislação teria fechado a fronteira se as travessias atingissem um limite estabelecido e teria financiado milhares de novos agentes de segurança na fronteira e funcionários para avaliar pedidos de asilo.

“Estamos muito claros, e acho que para a maioria dos americanos está claro, que temos um sistema de imigração quebrado e precisamos consertá-lo”, disse Kamala, em março.

Israel e Gaza

Kamala pediu em março por um “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza e descreveu a situação como uma “catástrofe humanitária”. Ela disse que “a ameaça que o Hamas representa para o povo de Israel deve ser eliminada”, mas também que “muitos palestinos inocentes foram mortos”.

Em uma entrevista naquele mesmo mês, enfatizou sua oposição a uma invasão israelense em Rafah, a cidade no sul de Gaza para a qual mais de 1 milhão de pessoas haviam fugido. “Eu estudei os mapas”, disse ela. “Não há para onde essas pessoas irem, e estamos falando de cerca de 1,5 milhão de pessoas em Rafah que estão lá porque foram instruídas a ir para lá, a maioria delas.”

Ela disse em várias ocasiões que apoia uma solução de dois Estados.

Justiça racial

A justiça racial foi um tema da campanha presidencial de Kamala. Em um debate em 2019, quando disputava com Joe Biden a nomeação democrata para o pleito do ano seguinte, ela denunciou a atuação no passado de Biden com senadores segregacionistas.

Ela pediu o fim das sentenças mínimas obrigatórias, do pagamento de fiança e da pena de morte, que em sua visão afetam desproporcionalmente pessoas negras.

Em meio aos protestos que se seguiram ao assassinato de George Floyd por um policial em 2020, ela foi uma das senadoras que apresentaram o Justice in Policing Act, cujo objetivo era facilitar a acusação de policiais, criar um registro nacional de má conduta em serviço e exigir que os agentes fizessem treinamento sobre perfil racial. O projeto não foi aprovado.

Seu histórico na Justiça também foi discutido durante sua campanha presidencial. Críticos observaram que, como procuradora-geral da Califórnia, ela geralmente evitava intervir para investigar assassinatos policiais.

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