As eleições gerais foram suspensas em dois municípios do sul do México, na véspera do peito, após incidentes violentos que impediram a instalação das urnas, de acordo com anúncio feito por autoridades eleitorais no sábado (1º).
A medida afeta as localidades de Pantelhó e Chicomuselo, em Chiapas (sudeste), onde “foi determinado a não realização de eleições” devido “à situação de violência e ingovernabilidade”, indicou em comunicado o IEPC (Instituto de Eleições) desse estado fronteiriço com a Guatemala.
A campanha das eleições de domingo, nas quais serão eleitos presidente, legisladores federais, nove governadores e mais de 20 mil cargos locais, tem sido marcada por uma onda de ataques contra os candidatos, que aumentou na última semana.
Na quarta-feira, foram encerrados os comícios de campanha para as eleições do próximo domingo, nas quais cerca de 100 milhões de mexicanos —de uma população de 129 milhões— estão habilitados para votar.
A autoridade eleitoral citou “atos de violência”, como o ocorrido na manhã de sexta-feira (31), quando desconhecidos queimaram material eleitoral nas instalações do IEPC em Chicomuselo.
Os funcionários eleitorais destacados nesse município, disputado por dois cartéis do narcotráfico, também denunciaram ameaças.
Em 14 de maio passado, em uma área de Chicomuselo, foram encontrados os corpos de 11 pessoas, incluindo dois catequistas da Igreja Católica.
No caso de Pantelhó, as autoridades eleitorais indicaram que, devido à presença de supostos criminosos armados, tem sido impossível convocar e capacitar cidadãos para receber os votos.
A violência se intensificou em Chiapas mesmo antes do processo eleitoral devido a disputas entre os cartéis Jalisco Nueva Generación e Sinaloa, as duas maiores organizações criminosas do México.
A campanha eleitoral resultou na morte de cerca de 25 candidatos desde setembro passado, incluindo pelo menos três em Chiapas. Mas a violência extrema também chegou a outras regiões.
A última vítima foi o candidato a vereador Jorge Huerta Cabrera, assassinado no estado de Puebla, no centro do país, na sexta-feira (31), menos de 48 horas antes do início das eleições gerais no México.
O Ministério Público confirmou que Cabrera foi morto à tarde, no meio da rua, no município de Izúcar de Matamoros, onde buscava um cargo. A esposa do político e um dos seus colaboradores ficaram feridos no ataque.
“Sua vida foi tirada de maneira injusta e violenta”, afirmou em um comunicado difundido nas redes sociais Eliseo “El Chino” Morales, candidato a prefeito de Izúcar de Matamoros pelo mesmo partido e próximo à vítima.
A violência chegou perto da candidata que lidera as pesquisas para a Presidência. Foi numa estrada no estado de Chiapas, em 21 de abril, que a candidata presidencial apoiada pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, Claudia Sheinbaum, foi brevemente retida por homens encapuzados.
Desde dezembro de 2006, quando o governo federal lançou uma polêmica ofensiva militar antidrogas, foram contabilizados mais de 450 mil assassinatos e cerca de 100 mil desaparecidos no México, de acordo com dados oficiais.