Após centenas de peregrinos morrerem no calor escaldante do deserto durante a peregrinação anual a Meca, o governo egípcio anunciou neste sábado (22) que suspendeu as licenças de 16 empresas de turismo que facilitaram a viagem de alguns peregrinos para a Arábia Saudita.
Pelo menos 450 pessoas morreram durante a peregrinação deste ano, na qual os viajantes suportaram temperaturas máximas que variaram de 42ºC a 49ºC. Mas espera-se que o número real de fatalidades aumente à medida que os governos obtenham contagens mais precisas.
Ao anunciar a suspensão das 16 empresas de viagens, o governo egípcio disse que as empresas não ofereceram aos peregrinos serviços importantes como cuidados médicos e acomodações adequadas, o que os fez sofrer de “exaustão devido às altas temperaturas”.
A agência de notícias Reuters informou que algumas agências de viagens podem não ter se registrado oficialmente para a peregrinação, para contornar os altos custos de pacotes turísticos. E, ainda segundo a Reuters, as empresas foram culpadas por permitir que os peregrinos viajassem para a Arábia Saudita com vistos pessoais, em vez de vistos específicos que fornecem acesso a cuidados médicos e aos locais sagrados.
Mahmoud Qassem, membro do Parlamento do Egito, disse que os representantes das empresas de viagens “deixaram os peregrinos abandonados e desligaram seus telefones celulares” para que não pudessem ouvir os pedidos de ajuda dos viajantes.
Também houve reclamações de que os peregrinos não tiveram acesso suficiente a estações de resfriamento ou água em meio ao calor intenso.
O número de visitantes não registrados —além do calor— pode ter deixado a Arábia Saudita despreparada para lidar com uma grande quantidade de pessoas.
O governo da Tunísia disse que o número de mortos de peregrinos daquele país deverá aumentar em relação aos 49 relatados na sexta-feira, à medida que o número de pessoas viajando com vistos de turista se tornar mais claro.