A queda esperada no crescimento do Produto Interno Bruto, PIB, reflete dois aspectos. Um deles é a desaceleração no segundo semestre do ano passado. O outro é a expectativa de colheitas agrícolas moderadas em 2024.
Brasil impulsiona crescimento da América Latina
No entanto, uma redução gradual na inflação deve permitir mais cortes nas taxas de juros, apoiando as perspectivas de investimento e o consumo no médio prazo. Como consequência, a previsão é de que o PIB aumente 2,2% em 2025.
O estudo também mostra que o Brasil ajudou a impulsionar a economia da região da América Latina e Caribe em 2023. O crescimento econômico regional ficou 0,7% acima das projeções anteriores. Isso se deve em grande parte a revisões para cima nas previsões de crescimento não só para o Brasil, mas também para o México.
No Brasil, a revisão para cima do crescimento em 2023 foi resultado de aumentos melhores do que o esperado na produção agrícola, no consumo privado e nas exportações nos três primeiros trimestres do ano.
Países de língua portuguesa
Para os demais países de língua portuguesa em desenvolvimento, as previsões são as seguintes: Angola deve ter crescimento econômico de 2,8% em 2024. Cabo Verde, 4,7%. Guiné Bissau, 5,6%. Para Moçambique, está previsto crescimento de 5%. Para São Tomé e Príncipe, 2,5%, e Timor Leste, 3,5%. A única retração prevista é para Guiné Equatorial, com uma queda de 6,1%.
Desaceleração em nível global
Em nível global, o novo relatório do Banco Mundial aponta um risco: o de que, no fim de 2024, o mundo registre a pior meia década em termos de crescimento do PIB em 30 anos. Calcula-se que o crescimento vá desacelerar pelo terceiro ano consecutivo, de 2,6% em 2023 para 2,4% em 2024.
Para os autores do relatório, se não houver uma grande correção de rumo, os anos 2020 serão conhecidos como a “década das oportunidades perdidas”, mas é possível corrigir o rumo. O estudo fala na importância de implementar políticas públicas que melhorem os marcos fiscal e monetário, expandir o comércio transnacional e fortalecer a qualidade das instituições.
Apresentação: Mariana Ceratti, do Banco Mundial Brasil