EA FC 25 é o novo game da famosa franquia de futebol da EA, que chegou no último dia 27 de setembro para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S/X, Nintendo Switch e PC. O jogo, que por muitos anos se chamou FIFA Soccer, aposta em gráficos realistas e, principalmente, o licenciamento das principais ligas de futebol do mundo.
Em sua nova versão, há um foco maior no novo modo, o Rush, e melhorias visuais. Mas será que isso é o suficiente para valer o alto preço de um título lançado todo o ano? Confira o review completo!
Jogabilidade inalterada?
Essa foi a primeira pergunta que fiz no meu primeiro contato com EA FC 25, e com certeza é a que muitos farão nas partidas iniciais. Mas não estranhe, pois realmente é preciso fazer uma minuciosa análise para de fato conferir o que mudou em relação ao seu título anterior, que por sua vez também não teve grandes novidades no quesito.
A principal delas é em relação a movimentação dos jogadores. O jogo ficou um pouco mais cadenciado, favorecendo ainda mais os jogadores mais rápido. Embora ainda tenha uma discrepância enorme entre atletas com alto nível do atributo, ainda sim há forma de contornar esse problema, como o também inédito comando para forçar uma falta, mas que não deve ser usado em abundância, pois quase sempre é punido rigorosamente com cartões.
Jogabilidade de EA FC 25 não trouxe grandes melhoriasFonte: Reprodução / Voxel
Também há um equilíbrio maior em relação ao que é ajustado para ser manual, semiautomático, ou automático. Por exemplo, para aqueles que arriscam deixar a jogabilidade da forma mais manual possível, continua sendo necessário ter bastante precisão para realizar passes e chutes, o que traz mais dinâmica aos modos competitivos. Já nos modos automáticos, mais uma vez a reciclagem do outro game prevalece.
Reciclagem essa que também é vista em outros pontos negativos. Principalmente em relação aos goleiros, que continuam com movimentos um tanto artificiais e ineficientes, e ao mesmo tempo fazendo milagres que nem mesmo na vida real é comum. Fica a sensação que já passou da hora da EA rever o mapeamento de movimentos. Vale lembrar que este ano, atletas de ponta como Haaland, Vinicius Júnior e Bellingham, possuem movimentos pessoais reproduzidos com fidelidades, então porque não procurar um goleiro do mesmo calibre para isso?
Para completar, os famosos bugs, responsáveis por milhares de vídeos nas redes sociais, continuam presentes também. Esse ano há um em particular que vem se repetindo muito, onde dois jogadores colidem e ficam “colados” um bom tempo até finalmente se separarem novamente. Isso sem falar em movimentos confusos, goleiros que pulam e, ainda no ar, mudam a sua posição, etc.
Não é difícil se deparar com um bug em EA FC 25Fonte: Reprodução / Voxel
A única novidade mesmo ficou para o sistema estratégico de seu time. Nele, agora é possível organizar seu time e salvar toda a tática, e até mesmo compartilhá-la, usando um código. Também é possível visualizar detalhes mais específicos de cada um dos jogadores e usá-los da melhor forma possível. Por exemplo, um meio campo que pode atuar como centroavante, etc.
Já com a bola rolando, é possível ver mais nitidamente o quanto as táticas são empregadas. Principalmente em momentos de desespero, onde seu time precisa atacar com força máxima, ou se defender a todo custo. O comportamento do grupo é mais eficiente, fazendo com que jogadores que antes figuravam o meio campo, fiquem mais avançados ou recuados, de acordo com a instrução.
Sistema de tática chega mais apurado em EA FC 25Fonte: Reprodução / Voxel
Caso você seja uma rara exceção e não teve a oportunidade de conferir pelo menos os dois últimos títulos da franquia, ter essa primeira impressão em EA FC 25 vai lhe agradar bastante. Mas, se assim como eu, você jogava EA FC 24 até poucos dias antes do lançamento do novo título, a sensação é que ele teve um atualização, similar ao que acontece com o “rival” eFootball. A grande diferença é que o jogo da Konami não cobra nada por isso, já o da EA custa, no mínimo, R$ 299,00.
Gráficos com melhorias pontuais
A parte gráfica foi de longe a que mais recebeu melhorias nesta versão. Entretanto, assim como a jogabilidade, também não é nada que tenha uma discrepância entre as versões. Para ser bem sincero, é impossível diferenciar o jogo atual do seu anterior em uma tela normal da partida em andamento. A não ser que ela tenha um dos elementos mais atrativos de EA FC 25: as condições climáticas.
Elas foram um dos destaques de toda a campanha de marketing do jogo, e realmente fazem uma certa diferença. A começar pela forma com que mudam o jogo. Sim, dessa vez é possível sentir um gramado mais escorregadio por conta da chuva, e pesado pela neve. Assim como animações, como chutes que espirram água ou flocos de gelo.
Entretanto, não é possível visualizar a chuva ou neve caindo com o jogo rolando. Mas não encaro isso como um problema. Pelo contrário, por mais que esteticamente não seja tão realista, me recordo de um antigo PES que, quando acionada a chuva, chegava a incomodar pela intensidade visual aplicada. Vale ressaltar que esses efeitos quase não aparecem no modo Ultimate Team, ou pelo menos dei sorte de não ter partidas com essa interferência.
As torcidas ficaram mais reais em EA FC 25Fonte: Reprodução / Voxel
Ainda sobre os gráficos, EA FC 25 abusa das cenas de animação. Praticamente antes de todas as partidas é possível acompanhar pequenos vídeos da torcida concentrada fora do estádio, ou dos seus atletas se preparando para entrar em campo. Para quem gosta de assistir, há até mesmo um comando onde você aciona a introdução completa. Mas para quem não curte, basta pressionar outro botão para pular todas essas cenas.
Com a bola rolando, há um efeito de sombra e luz mais realista. Confesso que em outras versões, quando não havia uma partida com o céu ensolarado, ficava difícil saber se era de noite, ou de dia com o tempo nublado. Agora a intensidade dos refletores deixam claro o período do jogo. Já a torcida, embora ainda composta de personagens genéricos e não tão bem caprichados, se mostra um pouco mais realista, e com uma maior variedade de movimentos.
Por fim, vale ressaltar aquele privilégio que atinge os jogadores de primeiro escalão. Craques, como os citados anteriormente, possuem até mesmo tatuagens e cortes de cabelos reproduzidos de forma minuciosa. Porém, outros menos privilegiados, chegam a contar com penteados e expressões faciais bem diferentes do que possuem, ou até mesmo é apresentado em suas cartas do Ultimate Team.
Jogadores mais famosos receberam um cuidado especialFonte: Reprodução / Voxel
Aparando as arestas do Ultimate Team
E por falar em Ultimate Team, o principal modo de EA FC 25 também chega com melhorias… limitadas. A principal delas, e que me deixou mais satisfeito, foi a eliminação da quantidade de partidas que cada carta possui. Desde versões anteriores, isso não fazia qualquer sentido, uma vez que as cartas de contratos eram abundantes nos pacotes, e pouco valorizadas no mercado.
Resta agora eliminar o sistema contusões, que mantém o mesmo dilema, já que é um tanto raro um atleta se lesionar, e ao mesmo tempo as cartas são fáceis de serem encontradas, além de serem baratas no mercado de compra e venda.
Outra mudança que me agradou bastante foi a junção de um único ranking. Chamado de Temporada do FC, ele permite que você jogue outros modos e conquiste pontos para ele, tirando assim a obrigação de ter que jogar apenas o Ultimate Team para desbloquear itens.
É possível conseguir itens de outros modos no Ultimate Team através do ranking compartilhadoFonte: Reprodução / Voxel
E sobre eles, também é possível optar por escolher o que você quer ganhar em relação ao modo. Por exemplo, há momentos em que você pode optar por resgatar um item de torcida pro modo de cartas, ou itens de melhoria e personalização para o modo carreira.
Entretanto, ainda há velhos fantasmas como o Momentos e o Draft que não agregam em nada. Além disso, mesmo na sua primeira semana, já é possível prever um problema que me incomoda muito no modo: a facilidade de conquistar cartas fortes no começo do jogo.
Falando pela parte inclusiva, é interessante dar a todos a oportunidade de tirar grandes cartas, e assim reforçar seu time para conquistar um lugar ao sol em modos competitivos. Porém, ao mesmo tempo perde bastante a graça de ter que “ralar” até conseguir moedas suficientes para adquirir cartas ou pacotes, ou concluir um Desafio de Montagem de Elenco que rende um grande atleta. Resta saber o quanto isso será ampliado pelos próximos meses.
Antes mesmo do lançamento oficial, já é possível obter cartas de níveis mais altosFonte: Reprodução / Voxel
Modo Rush visa a diversão coletiva
A grande novidade de EA FC 25 é o modo Rush. Baseado em competições como Kings League, ele permite que cada jogador controle um atleta, em times de cinco integrantes, onde o goleiro é controlado pela CPU. Ele conta com um campo menor em relação ao oficial, e regras pontuais, como cartões que ao invés de expulsar, deixam o jogador um tempo do lado de fora.
Ele não é uma exclusividade de um único modo. Pelo contrário, pode ser jogador em diferentes momentos, desde peladas juvenis no Modo Carreira, até partidas com a sua melhor carta do modo Ultimate Team. Entretanto, a grande sacada é sempre ter um grupo para compartilhar o mesmo time.
O motivo são vários, a começar pela popularidade. Pelo menos nessa reta inicial de lançamento do EA FC 25, jogadores que fizeram o acesso antecipado não mostraram muito interesse pelo modo, uma vez que demorava tempo demais para encontrar jogadores suficientes para compor um time no Ultimate Team.
Campo do Modo Rush é menor e possui regras própriasFonte: Reprodução / Voxel
Além disso, nas diversas partidas que participei com estranhos, é difícil notar alguma coletividade. Pelo contrário, parece que cada um quer se destacar mais do que o outro, abusando da posse da bola, ou até mesmo atrapalhando jogadas, seja por impedimento ou simplesmente ficando na sua frente.
Já nas partidas disputadas com conhecidos, a diversão é ampliada. O Rush pode não ser o suficiente para substituir o Clubs, mas não duvidaria que muito em breve a EA opte por disponibilizar um torneio exclusivo para o modo. Conhecendo, e principalmente mantendo uma comunicação com outros jogadores, é possível se divertir bastante com as partidas, que possuem um jeitão do finado Modo Volta, mas com um brilho que faltava ao falecido.
O Rush está presente em praticamente todos os modosFonte: Reprodução / Voxel
Carreira com foco na construção de histórias
Já o Modo Carreira, há inovações que agradaram, e outras que poderiam ter sido melhor exploradas. A principal delas é a presença de ídolos do esporte, entre eles Ronaldo “Fenômeno” Nazário. É impossível resistir a começar a sua jornada com um dos maiores atletas do esporte, só que essa mesma jornada não começa, ou seja, ela já inicia em uma espécie de reta final da carreira do jogador.
Ao invés disso, a EA poderia explorar melhor essa condição, trazendo por exemplo times dos quais o ídolo escolhido fez parte, e por que não até mesmo combinar os rumos da história com a sua respectiva vida real?
O uso dos ídolos no Modo Carreira poderia ser mais amploFonte: Reprodução / Voxel
Falando em história, quando você cria o seu jogador do zero, há uma série de opções que formam desde o seu estilo de vida, até as suas habilidades dentro de campo. Com um sistema de tomada de decisões, ao longo do modo você pode traçar a trajetória do seu atleta rumo ao sucesso. Porém, alguns elementos tornam isso um tanto monótono e repetitivo, fazendo com que, depois de algumas horas de jogo, você queira correr todos os menus.
E falando em repetições, o mesmo vale para o Modo Treinador, que insiste em um sistema de respostas em coletivas que se tornam maçantes ao longo da sua jornada. As estratégias, citadas anteriormente, também são aplicadas no modo, e é interessante ver o quanto elas se mostram efetivas, principalmente em um time com jogadores tão variados. Em outras palavras, ao invés de se preocupar apenas com os titulares, você precisará dar uma atenção a mais aos reservas, para que eles possam compor certas estratégias ao longo das partidas.
Para completar, vale destacar a presença das ligas femininas que permite criar uma atleta, ou comandar clubes das respectivas competições. Além de colaborar para o fator inclusão, também cai como uma luva para quem quer sair da mesmice e ter contato com jogadoras e equipes diferentes do convencional.
EA FC 25 traz ligas femininas no Modo CarreiraFonte: Reprodução / Voxel
Vale a pena?
No seu lançamento, por contar com um dos valores mais caros entre os jogos lançados no Brasil, EA FC 25 não faz jus ao preço. O game conta com melhorias limitadas, principalmente na jogabilidade, que fazem com que ele só faça valer a pena para quem visa disputas no modo competitivo, ou para aqueles que não vivem sem o Ultimate Team.
Mesmo com uma integração de pontos entre os modos, a chegada do Modo Rush, e adições ao Carreira, ainda sim ele é muito similar ao seu antecessor. Já passou da hora da EA rever a sua política de distribuição, uma vez que não é nada legal pagar caro por praticamente o mesmo jogo todos os anos.
Nota do Voxel: 80
Pontos positivos (Prós):
– Melhorias visuais;
– Chegada do Modo Rush;
– Integração de um ranking único para desbloquear itens;
– Estratégias mais efetivas nas partidas;
– Modo Carreira com mais opções de história.
Pontos negativos (Contras):
– Pouquíssimas mudanças na jogabilidade;
– Preço elevado para um jogo tão similar ao anterior;
– Goleiros problemáticos;
– Sem Liga Brasileira novamente;
– Bugs que já se tornaram comuns.
EA FC 25 já está disponível para jogar no PC e consoles. Uma cópia do jogo para PS5 foi cedida pela EA Games para a realização da review.